O senador Rogério Marinho (PL) afirmou que a lei que garante igualdade salarial a homens e mulheres é uma “idiotice”. Ele também disse que vota contra as cotas raciais, apesar de dizer que as defende. As declarações foram dadas em entrevista ao programa Canal Livre, transmitido pela Band na noite deste domingo (8).
Na ocasião, Marinho havia sido perguntado sobre o espaço que teria uma “agenda estilo Milei” no Brasil, em referência ao presidente libertário da Argentina, Javier Milei, que apresentou ao assumir um “plano motosserra” contendo um conjunto de reformas liberais e de corte de gastos. O senador potiguar disse acreditar “firmemente” que essa agenda teria espaço no Brasil, mas para isso precisaria de um bom marqueteiro — ele afirmou que não teria esse perfil, mas sim o de um “antipolítico”.
“Eu acho que eu sou o antipolítico. Eu voto contra a cota e defendo. Eu acho que a cota é uma forma de você reconhecer que o Estado brasileiro falhou, que ele não conseguiu dar condições de igualdade à sociedade brasileira como um todo. Eu votei contra essa questão da igualdade na questão da remuneração entre homens e mulheres, porque isso é uma idiotice”, iniciou.
“Desde 1943 já está na lei que você não pode pagar diferente a homem e mulher, na hora que você contrata a pessoa é igualdade de condições. Mas remuneração, gente, significa produtividade. Então, se eu contrato para uma loja de sapatos, por exemplo, um homem ou mulher, e no final do dia os dois têm o mesmo salário, alguém vendeu 10 sapatos e o outro vendeu 5, quem vendeu 10 sapatos, independente do gênero, tem que ganhar mais. Eu tenho que estimular a produtividade. E nós, com esse politicamente correto, votamos quase de forma unânime nessa bobagem e aí estão as empresas correndo atrás desse processo”, apontou.
O presidente Lula (PT) sancionou, em julho de 2023, o projeto que garante a igualdade salarial a homens e mulheres. O texto também aumento em até 10 vezes a multa nos casos em que a mulher receber menos do que o homem fazendo a mesma função
Antes de chegar ao Planalto, a matéria passou pelo Senado e também foi aprovada, mas contou com o voto contrário de Marinho na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em que ele foi o único senador a votar contra.
“Não acredito sinceramente que esta lei, da forma que se apresenta, mesmo com o esforço extraordinário que todos aqui fizeram e reconheço, vá chegar à finalidade que ela se propõe. Por isso não posso concordar com ela. Coloco aqui que votarei contrário ao projeto admitindo a boa intenção e os bons propósitos daqueles que advogam a lei”, afirmou o senador, à época.
Um dos motivos, disse o senador, seria uma possível discriminação aos homens, e ilustrou seu pensamento:
“Imaginem, por exemplo, que numa determinada atividade laboral, um homem e uma mulher estão numa mesma situação do ponto de vista de contratação, e a mulher tem uma proficiência maior que o homem. Ele pode se valer da lei para dizer: ‘eu estou sendo discriminado’. E nós vamos colocar por terra a questão do mérito. A questão da vontade e a qualificação que cada um tem de construir com a sua vontade, a sua determinação, o fruto do seu trabalho”, alegou, na ocasião.
Agência Saiba Mais
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