O vício em videogames, discutido há alguns anos pela comunidade médica, será reconhecido como transtorno mental em 2018. A Organização Mundial da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (21), que a enfermidade será categorizada na Classificação Internacional das Doenças (CID), a ser publicada em 2018.
O Transtorno do Videogame ocorre, conforme o texto atual, quando jogar “se torna mais importante do que outros interesses da vida e continua/aumenta mesmo com consequências negativas”.
O diagnóstico é confirmado quando o jogador apresenta os sintomas por um período de 12 meses (com exceção de casos extremos). Além da dependência do uso, a duração e a intensidade das “partidas” também influenciam no reconhecimento.
A comunidade médica mundial não é unânime quanto ao Transtorno do Videogame. Um dos mais ferrenhos é o psiquiatra Allen Frances, responsável pela pesquisa do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Nas palavras de Frances,, “bilhões de pessoas ao redor do mundo são viciadas em cafeína por pura diversão ou por um melhor desempenho”, defendeu, segundo o site Jovem Nerd. Se esta dependência não é considerada um transtorno, por que o videogame seria, questiona o psiquiatra.
Chefe do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, Vladimir Poznyak atesta que o Transtorno do Videogame pode ter consequências graves para os pacientes. Questionado pela revista New Scientist porque ouso excessivo de outros gadgtes não é catalogado como doença, Poznyak respondeu: “porque não existem estudos suficientes que comprovem os efeitos negativos”.
Os estudos aos quais Poznyak se refere atestam que , nos Estados Unidos e na Europa, entre 1% e 5% dos jogadores podem receber o diagnóstico de dependentes. Na Ásia, o índice chega a 10%. Não há estudos reconhecidos pela OMS no Brasil.
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