O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) reassumiu o mandato nesta quinta-feira (18). Estava afastado desde outubro de 2020, quando pediu uma licença depois das reações negativas à notícia de que a PF (Polícia Federal) encontrou dinheiro na cueca dele.
Na quarta-feira (17), o ministro Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou Chico Rodrigues a reassumir suas funções no Senado. Argumentou que a PF e a Procuradoria-Geral da República não pediram a prorrogação do afastamento e não reportaram nenhuma ocorrência de interferências nas investigações. Barroso havia decretado o afastamento do cargo do congressista por 90 dias.
O ministro manteve o afastamento do senador da comissão mista do Congresso Nacional que acompanha a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à covid-19.
Rodrigues é suspeito de ser o chefe de um grupo criminoso que desviou recursos públicos da Secretaria de Saúde de Roraima. O caso ainda está sob investigação, e o senador nega as irregularidades.
Em documento divulgado nesta quinta-feira (18), o senador afirmou que pediu afastamento para “buscar amparo” e “restaurar o mínimo de sanidade nos recursos dos medicamentos psiquiátricos, no apoio da família e na crença profunda na justiça de Deus”.
“As circunstâncias terríveis que assombraram a minha vida me impediram inclusive de poder sequer me defender das brutais e kafkanianas imputações feitas contra mim, numa avalanche do destino que me privou de qualquer condição mínima de reagir e de me contrapor”, declarou.
Dinheiro na cueca
A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 18.000 na cueca de Chico Rodrigues em operação na casa do senador. Em um cofre havia outros R$ 10.000 e USD 6.000, escreveu a PF.
Segundo a Polícia Federal, ele comandou superfaturamento de contratos entre empresas com as quais tinha ligação e a Secretaria de Saúde de Roraima. O esquema seria alimentado por emendas parlamentares, frações do Orçamento que congressistas podem destinar.
Rodrigues estava com um short azul “tipo pijama”, segundo a Polícia Federal, no momento da apreensão. O delegado responsável percebeu “que havia um grande volume” retangular sob a peça quando o senador se dirigia ao banheiro. Imaginou que pudesse haver dinheiro ou 1 aparelho celular escondido.
“Ao ser perguntado sobre o que havia em suas vestes, o senador Chico Rodrigues ficou bastante assustado e disse que não havia nada”, diz o relato da operação encaminhado ao STF. Trechos podem ser lidos neste documento (238 Kb).
Foram feitas imagens da ação. “Esta equipe policial possui 1 vídeo da segunda busca pessoal efetuada, contudo, nesse caso, considerando a forma como os valores foram escondidos pelo Senador Chico Rodrigues bem no interior de suas vestes íntimas, deixo de reproduzir tais imagens neste Relatório para não gerar maiores constrangimentos”, segundo o relato enviado ao Supremo.
Poder 360
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