Os funcionários da Caixa Econômica Federal realizam paralisação de 24 horas a partir desta terça-feira, 27. O estado de greve anunciado pelo Sindicado dos Bancários é motivado, principalmente, pela abertura de capital da Caixa Seguridade, que deve acontecer no dia 29 de abril, próxima quinta-feira. Os representantes da categoria defendem a manutenção da instituição “100% pública” e pedem pela contratação de mais empregados, especialmente os candidatos aprovados no concurso de 2014. Além disso, eles reivindicam o pagamento integral da PLR Social, pedem maior proteção contra a Covid-19 e a inclusão dos funcionários nos grupos prioritários para a vacinação contra a doença. “Estamos fechando um dia para continuarmos abertos no futuro”, diz cartaz da mobilização. A interrupção das atividades bancárias vale para agências de todo o país, bem como para funcionários que estão em trabalho remoto.
Em nota, o Sindicato dos Bancários afirmou que a greve também acontece em protesto “contra os sucessivos ataques do governo Bolsonaro aos trabalhadores e ao banco”. Em entrevista à Jovem Pan, o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e funcionário da Caixa, Dionísio Reis, afirmou que a paralisação buscar denunciar o IPO da Caixa Seguridade que, segundo ele, representa a privatização do banco. “Isso vai reduzir a rentabilidade, dando espaço para o desmonte do banco, com redução de empregados, fechamento de agências, redução da estrutura. Vai ser usado depois como argumento [para a privatização] a baixa rentabilidade do banco. Hoje, a Caixa é um banco altamente lucrativo, tem dado lucro todos os anos”, afirmou.
O presidente do Sindicado dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Ramon Peres, também reforçou o desmonte do banco e falou sobre “os ataques da equipe do governo federal aos bancários”, citando o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o próprio presidente da Caixa, Pedro Guimarães. “A gente tem visto movimento do governo federal em sucatecar a Caixa para que ela seja privatizada, dando, inclusive, uma rasteira no Congresso Nacional e na legislação, que só permite a privatização do banco público se for aprovado no Congresso e no Senado. Mas o Pedro Guimarães junto com o governo federal tem feito esse sucateamento para que a Caixa seja entregue ao capital privado”, reforçou, destacando que a paralisação é em defesa “da Caixa como banco importante para economia brasileira.”
A previsão é que a paralisação aconteça apenas nesta terça-feira. Segundo Dionísio Reis, a mobilização conta com “variáveis níveis de adesão dos funcionários”, com índice médio entre 30 a 40% de participação. A categoria espera que o estado de greve seja efetivo para interromper o processo de IPO da Caixa Seguridade, assim como atender às demandas da categoria. Caso contrários, novas paralisações podem acontecer. “É uma luta por contratações, melhores condições de atendimento à população, vacinação já. Os bancários que estão na linha de frente, no ano passado, pagaram mais de 120 milhões de brasileiros só pelo auxílio emergencial, sem falar no Fundo de Garantia e no Bolsa Família. Estamos cobrando essa prioridade, vacinação para todos e o reconhecimento no trabalho dos empregados.”
Jovem Pan
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