O
ativista e militante cultural Marcos Silva e sua esposa utilizaram as redes
sociais para externar preocupação quanto ao repertorio, segurança e horário dos
TRENZINHOS DA ALEGRIA que circulam
no município, através da parceria com escolas públicas e privadas.
Os mesmos
afirmam que irão entregar o documento pessoalmente a cada escola de ensino
infantil, para que se busque o melhor caminho.
SEGUE A
NOTA.
Aos Diretores (as) e Professores (as) da rede pública e privada de
ensino infantil no município de Santa Cruz,
ASSUNTO: Parceria com o TRENZINDO DA ALEGRIA.
Considerando que a educação infantil é a fase considerada a primeira etapa da
educação básica, onde tem como objetivo o desenvolvimento integral das
crianças, ou seja, não apenas o cognitivo, mas também o físico e o
socioemocional,
Considerando que a primeira infância é um período crucial na vida das
crianças, sendo nesta fase onde elas adquirem capacidades fundamentais para o
desenvolvimento de habilidades que irão impactar na sua vida adulta,
Considerando o ensinamento
de Piaget, sobre o mapa cognitivo das crianças, onde ele afirma que a criança
nesta idade utiliza dente outras coisas, a visão e a AUDIÇÃO para repetirem
comportamentos,
Considerando que lamentavelmente
com o passar do tempo temos perdido a configuração do que é infância, onde nós,
adultos, submetemos as crianças ao nosso mundo e não ao mundo delas, ou seja,
expomos as crianças as nossas vontades e desejos, por exemplo, sensualizar a
criança feminina, vestindo-a, maquiando-a, ensinando-a o rebolado nos moldes de
uma adulta mulher. Ensinando as crianças do sexo masculino a ser pegador, a se
comportar como um boyzinho,
Considerando o que diz
Flávio Gikovate “a família que não tiver afinidade de propósitos ao educar a
criança, terá cada vez peso menor de influência em sua formação,”.
Considerando que enxergamos como um grande erro, um grande
mau, um grande perigo, aceitarmos como normal, natural o fato de espaços e
equipamentos destinados a crianças, utilizarem em seu serviço de som um
repertorio que afronte o ser CRIANÇA, submetendo-a a um universo que não a pertence,
Considerando ser triste, doloroso, não só na condição de pai,
mas na condição de arte educador, ver dezenas de crianças rua acima, rua
abaixo, com “palhaços” e “professores” (o que piora) cantarolando coisas do
tipo: Toma de Frente Toma de Costas, Toma
de Frente, Toma de Costas; outra: Olhe
a Explosão, Quando Ela Desce Com a Bunda no Chão, chão, chão. Mais uma: Senta Porra Vai Carai, Senta Porra Vai.
Mais outra: Com o Pirulito na Boca Ela
Sobe, Ela desce. Não senhores e senhoras! Não é normal que criança de 01 a
10 anos acompanhados de professores seja submetida a isso,
Considerando que as músicas ouvidas e os programas assistidos no
ambiente de criança, deva necessariamente acompanhar o mundo imaginário,
inocente dos pequenos, nunca, já mais, dos adultos,
Considerando por fim que, enxergamos no TRENZINHO DA ALEGRIA
que circula com criança pelas ruas da cidade um espaço de lazer, de
entretenimento e de convivência coletiva, é que servimo-nos deste expediente,
para encarecidamente solicitar da direção e professores que busque junto aos
proprietários desses TRENZINHOS a imediata mudança do repertorio musical, nele
contido, sob pena de estarmos submetendo nossas crianças a um nefasto vocábulo,
que não condiz com sua idade, tão pouco com o proposito de ensino de uma
unidade escolar, contribuindo deste modo, negativamente na formação dos nossos
pequeninos e pequeninas. Lembro ainda que, se faz necessário a escola observar
a segurança, bem como, os horários de circulação no trenzinho com nossas
crianças, para que não seja expostas ao sol causticante de nossa região. Penso
que prevenção, precaução, nunca é demais.
SOLUÇÃO:
Entendemos ser simples e
totalmente possível resolver o problema. Como está claro que, a única
preocupação dos proprietários desses TRENXINHO é com o capital (dinheiro
arrecadado) sem nenhuma preocupação com a formação pedagógica de seus
passageiros-crianças, basta, a nosso ver, que a ESCOLA, essa sim, baseada no
método pedagógico de ensino, condicionar no momento de fechar a parceria, a
exigência de passar o seu repertório, que deverá ser pensado e definido pela
coordenação pedagógica da escola. Temos plena certeza que não relutarão. Deste
modo, a escola prepararia um CD ou PENDRAIVE com cancioneiros do universo
infantil e assim, garantiria o lazer, o entretenimento, aliado a educação e ao
desenvolvimento da criança.
Deixamos como sugestão: Bia
Bedran, Toquinho, cantigas de roda, canções diversas para crianças, criança
feliz e outros.
Atenciosamente,
Marcos
Antônio da Silva e Rita de Cássia de Lima Bezerra
Pais
de criança que não quer privar o seu filho da convivência coletiva, mas que
sentem a obrigação de questionar e orientar sua formação.
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