O presidente Jair Bolsonaro, que foi eleito prometendo abrir a caixa preta do BNDES, e até hoje o que seria uma bomba não passou de um traque, poderá deixar o governo com a porta aberta para investigação de uma caixa preta na Caixa Econômica.
E com um detalhe besta: a participação de sua esposa, a primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro.
Michelle teria agido para favorecer empresas de amigos em pedidos de financiamento da Caixa Econômica Federal no primeiro semestre do ano passado.
Bem no auge da pandemia.
A revista Crusoé obteve documentos e e-mails com uma lista de indicados e a Procuradoria da República do Distrito Federal vai investigar o caso.
Só um caso besta contado pela Crusoé, mostrando que a primeira-dama escolhe a dedo as entidades para onde repassa altos valores em forma de patrocínio: a Associação Beneficente Criança Cidadã, com sede em Recife, que passou a ter Michelle como “madrínha”, viu os “recebidos” triplicarem depois da amizade selada.
Trecho da reportagem da Crusoé:
A primeira-dama conheceu Myrna Salsa da Nobrega Targino, presidente da associação, em novembro de 2019, durante um jantar no Palácio do Itamaraty. No encontro, Michelle manifestou interesse pelo projeto tocado por Myrna e por seu marido, o desembargador João José da Rocha Targino, coordenador-geral da entidade.
A primeira-dama prometeu “se aprofundar na causa e ajudar”.
Um mês depois, a Caixa liberou 1,75 milhão de reais a titulo de patrocínio para a associação. Não demorou muito e saiu outro aporte. Em abril deste ano, o banco público destinou mais 2,2 milhões para a entidade, que tem se mostrado bastante grata pela gentileza dos Bolsonaro: no inicio do mês passado, durante uma visita do presidente e da primeira-dama a Pernambuco, o casal Targino fez questão de receber o casal presidencial com a apresentação de uma orquestra infantil mantida pela ONG.
Enquanto isso, 73 entidades que não rezam na cartilha dos Bolsonaro, tiveram projetos negados pela Caixa. O ‘Escola sem Fronteiras’, que atende crianças refugiadas, foi um deles.
O senador Flávio Bolsonaro também atua fortemente na liberação de altos valores da Caixa em forma de patrocínios.
Segundo a Crusoé, entre janeiro e agosto de 2021, a Caixa gastou 87,5 milhões de reais com patrocínio e uma fatia relevante foi destinada a entidades que, nos bastidores, contaram com a ajuda de Flavio Bolsonaro.
Só a Confederação Brasileira de Skate conseguiu 6,4 milhões de reais da Caixa, mas quando foi procurada pela imprensa, negou ter recebido ajuda de Flavio Bolsonaro para a liberação do patrocínio. (Ingrata! Rsrs).
O maior repasse da Caixa em patrocínios este ano, de TRINTA MILHÕES DE REAIS, foi para a Confederação Brasileira de Ginástica, comandada por pessoas da intimidade do senador Flávio. Intimidade com direito a presença em festa de aniversário, inclusive.
Thaisa Galvão
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