quarta-feira, 15 de março de 2023

COLUNA: AUTISMO, CAPACITISMO E CONSCIENTIZAÇÃO POR AMANDA OLIVEIRA

 

Você com certeza já ouviu falar em CAPACITISMO. Essa forma de preconceito tem se tornado muito discutida nos últimos tempos. E que bom! Quanto mais falamos e discutimos, mais espalhamos informações importantes para conscientizar sobre isso. Uma das principais formas é o uso de expressões e termos que inferiorizam pessoas com deficiências (PCDs). Isso gera um impacto negativo na vida da pessoa e também de quem convive com ela. E um dos principais problemas é que essas falas estão naturalizadas no nosso vocabulário, então tá mais do que na hora de conhecer sobre o capacitismo e banir algumas expressões e frases do nosso vocabulário.

Por isso, que, na matéria de hoje vamos abordar sobre o que é o capacitismo, sua relação com o autismo e também discutir formas de resolver esse problema e conscientizar as pessoas à nossa volta.

Vamos lá?

Qualquer atitude que seja discriminatória ou que denote preconceito contra pessoas com deficiência é capacitismo. E a principal característica do capacitismo é o uso de termos que inferiorizam pessoas com deficiência. Ter atitudes capacitistas é uma forma de opressão, e elas ocorrem muito mais do que se imagina. Isso acontece porque muitas pessoas ainda associam deficiências a fatos negativos para ofender alguém. Como por exemplo: Dizer que uma pessoa “é autista” por causa de algum comportamento “lento” dela. Por isso, é importante explicar mais sobre o capacitismo e como ele afeta pessoas com autismo.

É comum pensar que autistas são incapacitados para realizar determinadas atividades. Em outras palavras, são: pobres coitados, vítimas, frágeis, inocentes, ingênuos, dentre outros adjetivos negativos e preconceituosos. Mas, é importante que todos, incluindo os próprios autistas, saibam, que, o autismo não é algo a ser visualizado com desprezo, com sentimentos de pesar, com descrença, com exaltação exagerada ou até mesmo com a frase típica: Ah! É “especial”! Essas atitudes e falas sociais trazem malefícios e prejudicam diretamente o desenvolvimento e convívio social de pessoas com TEA. O preconceito capacitista segrega tanto quanto qualquer outro tipo de discriminação, e impede o desenvolvimento de todo e qualquer ser humano. Somos todos diferentes, independente de deficiência ou não, e temos de nos conscientizar: a pessoa vem antes da deficiência ou de qualquer característica.

Talvez, se referir a uma pessoa com deficiência, principalmente a uma criança autista, como “especial”, seja uma das melhores intenções, mas lembrem-se: Crianças Autistas não são especiais, não são anjos, e , uma criança autista não é uma “cruz” que um pai ou

uma mãe tem que carregar… São crianças. São PESSOAS!

A ideia de que autistas são todos iguais, não possuem empatia e são totalmente dependentes também é capacitismo, e contribui para a construção de desafios e obstáculos para a participação ativa das pessoas com deficiência nos mais diversos âmbitos sociais. Para melhorar o nosso diálogo e a nossa forma de enxergar o mundo e pessoas com autismo, é preciso aprender para desconstruir preconceitos. É necessário que profissionais da área da saúde e educação ajudem na luta anti capacitista, incentivando a escuta e a leitura de conteúdos feitos por pessoas com deficiências. E olhe que tem muita coisa boa escrita e produzida por pessoas com TEA!

Pais e familiares de crianças autistas, externem o quanto acreditam na capacidade da criança. Digam o tempo todo que ele tem capacidade para realizar atividades simples e complexas, para aprender coisas que muitas pessoas duvidam. Presumam o tempo todo a competência da criança autista!

Eu já falei muitas palavras e frases capacitistas sem intenção alguma de magoar ou ofender pessoas com deficiência, por isso sei a importância da conscientização sobre o assunto. E hoje, enquanto mãe de uma criança autista estou aprendendo, melhorando e ensinando um pouquinho também! E você, já tirou palavras e frases capacitistas do seu vocabulário hoje?






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