segunda-feira, 9 de novembro de 2020

FATOS POLÍTICOS DE 60, 70, 80 E 90 Campus Avançado: trajetória de 85 a 94

Texto publicado no Diário de Natal

Nas minhas incursões imaginativas e memoriais sucedentes do antes, do durante e do depois, até o presente, penso, diuturnamente, nos fatos e acontecimentos ligados a Santa Cruz, como se estivesse vivenciando-os no momento, embora, com limitada sabedoria, mas, graças a Deus, mesclada de bastante lucidez. 

Na especificidade e/ou variabilidade do tema, recordo-me de pessoas e fatos acontecidos e, também, precedentes das décadas referenciadas, ainda que adolescente, bem como de relatos descritos por amigos e conterrâneos locais, que devem ser considerados intemporais, de relevância adquirente, cuja involuntária parceria torna-se, para mim, de gratular manifestação. 

Recorrente do Evangelho, é que, na multidão dos meus pensamentos, no meu interior, busco, na consolação divina, recriar a minha alma e aplainar o coração, com as bênçãos sobrevindas. 

Por isso, no diversificar das minhas consoladoras lembranças, na alternada regressividade dos anos, mentalmente, deparo-me com meus ex-colegas do Campus Universitário, pertencentes às turmas de Pedagogia, Ciências Contábeis e, mormente, de Letras; os quais, modestamente, junto comigo, pioneiros(as) da “Força Expedicionária”, ou melhor, universitária, comparativamente, foram componentes das “ENTRADAS E BANDEIRAS”, forças benéficas e imaginárias, que contribuíram, de fato, no trabalho ampliador das fronteiras da UFRN, em Santa Cruz e, por conseguinte, na região do Trairi.

Assim, eu me permitiria, resumidamente, nominar alguns mais próximos da turma de Letras, que, honorificamente, representam todos(as) os originários desembarcados da “nave” referidos no texto antecedente, egressos da terra da SANTA e de Santa Cruz, munidos de passaportes expedidos para o Sítio Caiçarinha, deste município, nos primórdios de 80, sem nostalgia, com estima e agradável recordação.

Dinamérico Augusto de Medeiros

São eles(as): José da Luz Costa, Pedro Américo, Hélia Maria Moreira, Lúcia de Fátima Gomes, Maria Soares de Oliveira, Maria Lúcia Medeiros de Carvalho, Maria de Fátima Cavalcanti, Rita Luna, Maria de Fátima Costa, Karla Fabrício de França, Francisco de Assis Dias Ribeiro e Ivahy Ferreira Lima, sendo que, estes dois últimos, viajaram cedo à eternidade, deixando-nos um transatlântico lotado de saudades reprimidas no coração.

Na verdade, o Campus de Santa Cruz, enquanto filho da UFRN, a exemplo de sua genitora, nascera na dificuldade, embora tropeçando em vários problemas, especialmente falta de recursos, e, até mesmo, de comprometimento de alguns docentes, além de outros entraves, contudo, considerando as condições vivenciadas, deixou resultados positivos. Em síntese: projeção de nossa cidade perante outras de maiores saberes; formou mais de 2 (duas) centenas de profissionais, atuantes no mercado de trabalho, no exercício prático do conhecimento adquirido naquela notável instituição de ensino superior, impulsionadora do saber e do desenvolvimento de nossa região. 

Por volta de 1985, antes de 1987, o Campus caminhava na sua sofreguidão. Ávido, sedento, em busca de uma solução intermediária que o aliviasse daquela circunstante situação. Neste espaço intersticial, registramos o encontro de ex-estudantes e alunos daquela atualidade, com o Deputado Marcílio Furtado, no Sítio Recanto, deste município, para cientificá-lo da realidade em questão. 

Antes, todavia, já se sabia da real situação da saúde do deputado, no contexto especulativo de então. Participaram do encontro, o ex-estudante José da Luz Costa, além dos estudantes José Augusto de Medeiros Neto, Jesiel Bezerra e Francisco de Assis Medeiros de Oliveira, naquela ocasião. O assunto foi concluído com o deputado, afirmando-lhes que entregaria o destino do Campus local à juventude estudiosa de Santa Cruz e, extensivamente, do Trairi. Deduz-se, então, que ele já se dava conta, realmente, da seriedade do seu estado de saúde. Tanto assim, que não levou muito tempo à frente, ele viajou para não mais voltar. Registre-se, 17 de março de 1987, fatidicamente. 

Zé da Luz lendo mensagem no ato ecumênico da formatura - 
Campus Avançado de Santa Cruz/RN (UFRN)
Indiscutivelmente, outros movimentos aconteceram em favor do Campus, por parte dos mais diversificados segmentos da coletividade regional, mas, no resumir da ópera, como se diz, neste penúltimo texto sobre o assunto, não gostaria, por dever de consciência, de abrir mão do registro, diríamos, histórico, da CARTA DE SANTA CRUZ, cuja ideia original nascera de uma reunião primeira, ocorrida no apartamento/estúdio da antiga difusora da Prefeitura, nos fundos do prédio da Câmara Municipal, atualmente, entre eu, José da Luz Costa, Marcos Cavalcanrti e Hugo Tavares, tendo sido aquele documento defensor da permanência do Campus, motivador principal e único, de reuniões realizadas em Nova Cruz e na Assembleia Legislativa/Natal, com exclusividade, contando também, com a diretoria do Campus de Macau, solidariamente.

De Santa Cruz, além dos vereadores engajados na causa, mobilizamos um ou dois ônibus lotados de estudantes concluintes do ensino médio, a maioria do antigo Ginásio Estadual, atualmente, E.E. Prof. Francisco de Assis Dias Ribeiro – Ensino Integral em Tempo Integral. 

Tal iniciativa teve o apoio do Legislativo local, na Gestão do ex-vereador Rizomar Brandão, naquela época. O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado era o Deputado Leonardo Arruda, que nos deu total cobertura. Tanto de acolhimento, quanto de publicidade na imprensa estadual. Mais detalhes, veja reportagem do “Diário de Natal”, anexo, mês de maio/95. 

Não obstante tanto esforço empreendido, em 27/12/1994, a Resolução nº 212/94 – CONSEPE/UFRN, na Gestão do Reitor Ivonildo Rêgo, extinguiu os cursos superiores de Santa Cruz, Macau e Nova Cruz, sem uma justificativa convincente, naquele momento. 

Na próxima edição, concluiremos o assunto com mais detalhes de tal resolução, acrescentando-se a ameaça de fechamento do CRUTAC, na mesma gestão. 

Aguardem! Há tempo para tudo! “Há tempo de esclarecer e tempo de nada explicar, para que através do nosso silêncio, o inimigo se vingue com o próprio ódio e se satisfaça com o mal que quis perpetrar.” 

Obrigado! Até o próximo, se Deus quiser.

Santa Cruz/RN, 06 de novembro de 2020
Dinamérico Augusto de Medeiros



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