Nem tudo cai no esquecimento
No dia em que Brasil atingiu o meio milhão de mortos pela covid 19, neste sábado, o ministro das Comunicações, o potiguar Fábio Faria, mostrou um elevado espírito público ao criticar quem critica o desempenho do governo federal na pandemia.
A juventude exitosa do ministro, que cedo conquistou coisas na vida pela via da política, não ensinou a ele o tamanho de certas atitudes em momentos impróprios.
Tão certo como ele vai envelhecer e morrer – se Deus quiser de causas naturais -, o país continuará escrutinado, vasculhado e revisto por artistas, políticos e jornalistas, entre outros, usados por ele como exemplos negativos daqueles que, em ultima análise, “torcem pelo vírus”.
Escreveu Fábio:
“Em breve vocês verão políticos, artistas e jornalistas ‘lamentando’ o número de 500 mil mortos. Nunca verão comemorar os 86 milhões de doses aplicadas ou os 86 milhões de curados, porque o tom é sempre o do ‘quanto pior, melhor. Infelizmente, eles torcem pelo vírus”.
Infelizmente, a desnecessidade tomou conta da retórica. Até porque não se comemora os vivos de um vírus que mata apenas 2,5% de suas vítimas ou a vacinação que ainda não atingiu 12% da população com a segunda dose.
Em vez disso, o protocolo é lamentar mesmo as 500 mil mortes.
O ministro Queiroga, cuja coragem de suceder o general Pazuello deveria render a ele uma medalha de bravura, não caiu nessa e homenageou o meio milhão de vítimas.
Além disso, ao subtrair políticos, artistas e jornalistas de um país, o que Fábio Faria espera sobrar de uma democracia?
Micos como esse em nome do chefe rendem uma reputação longeva.
Daqui 100 anos, quando o Exército abrir a intimidade do inquérito sobre o que Pazuello foi fazer, na qualidade de general da ativa, num palanque político com o presidente da República, alguém haverá de se lembrar das palavras de Fábio Salustino Mesquita de Faria naquele dia trágico.
Agora RN
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