Antes de tratarmos especificamente da política praticada na terra santa de Santa Cruz vamos compreender o conceito do tema título dessa reflexão:
“A política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Assim, nos tempos de crise, o império acalmava o povo com a realização de espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. Outro costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no Pórtico de Minucius. Basicamente, estes “presentes” ao povo romano garantia que a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais humildes ficava consolidada. Constata-se que essa antiga prática romana, perdura até os dias atuais” (InfoEscola - Emerson Santiago).
Apresentado o conceito, penso que podemos fazer uma analogia com as práticas políticas em Santa Cruz, haja vista que, hoje, por exemplo, inicia-se no Bairro Paraíso o projeto que a gestão municipal intitulou de “SANTA CRUZ CIDADÔ e sabendo nós, da triste realidade do município onde “TUDO FALTA” (falta água, falta saúde, falta educação de qualidade, falta emprego, falta diálogo...) e do “TUDO SOBRA” (sobra fumaça do lixão, sufocando a todos nós, sobra reclamação da merenda escolar, sobra muriçocas...) o que seria o projeto “SANTA CRUZ CIDADÃO” se não a “POLITICA DO PÃO E CIRCO?”
Ora! Por obvio, é mais fácil a gestão estimular com toda pompa, o cidadão, a cidadã, aqueles mais necessitados e, aos olhos da gestão, menos esclarecidos, saírem de suas casas, para terem um dia de “lazer” com cortes de cabelos, distribuição de brindes, shows, do que, apresentar soluções concretas para os problemas acima mencionados. Nessa gangorra do “receber” e do “deixar de ter” o Paraíso que, recentemente iniciou um processo de libertação, demonstrando insatisfação com as migalhas historicamente lhes oferecidas, é estratégico para a gestão,
Sempre foi assim, então, invade-se a comunidade com aquilo que eles acham que o povo quer, não com o que o cidadão de fato necessita.
Em Santa Cruz quando se fala de análise da gestão pública, dado o poder (quase império Romano) e as artimanhas de quem se especializou na prática aqui contextualizada, não se pode fazer muito, apenas, poucas reflexões e indagações, tipo: a partir das 17h, quando as pessoas voltarem para suas casas qual realidade estará presente? A fumaça do lixão terá acabado? O pai e mãe de família estarão empregados? A saúde terá melhorado? A água para se banharem terá chegado às torneiras? Não!? Então só posso concluir que, o que estão a nos oferecer é a velha e, lamentavelmente, eficiente “POLÍTICA DO PÃO E CIRCO.”
Finalizo dizendo que, o momento político que ora vivenciamos no país, com reflexo direto em Santa Cruz é tudo que os praticantes da “má” política desejam, afinal, quanto menos o povo estiver instruído, mais fácil é de governá-lo.
Um forte abraço e até a próxima reflexão!
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