O Centrão seguiu o script que traçou desde o início e retirou na noite desta qaurta-feira o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos do ministro da Justiça, Sérgio Moro. O órgão deve voltar para o Ministério da Economia.
A votação foi apertada. Com uma diferença de apenas 18 votos – o placar foi 228 a 210 –, o governo não conseguiu evitar o novo revés imposto pelo Centrão, mais uma vez aliado a partidos de oposição. Deputados justificaram que em vários países o órgão de inteligência financeira é vinculado ao Ministério da Economia e não faria sentido o Brasil mantê-lo na Justiça apenas para agradar a Moro.
“Muitos dos que votaram pela mudança do Coaf votaram com medo, porque têm ficha corrida”, disse o líder do DEM, Elmar Nascimento, um dos principais nomes do Centrão. Após o discurso inflamado do colega de partido, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão sem que todos os destaques ao texto tivessem sido votados. “O clima ficou pesado”, justificou. Nova sessão foi marcada para as 9h desta quinta-feira, 23.
Coaf teve participação ativa na Lava Jato
Moro não escondeu sua decepção com o resultado, que representou mais uma derrota para sua gestão. “Lamento o ocorrido. Faz parte do debate democrático. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o Ministério da Justiça e o plano de fortalecimento do Coaf”, afirmou ao Estado.
O órgão teve participação ativa na Operação Lava Jato e sua incorporação à Justiça foi um pedido do ex-juiz a Bolsonaro ao assumir a pasta.
Placar. O resultado foi mais uma demonstração de força do Centrão – DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. Dos 118 parlamentares desses partidos na sessão desta quarta, 87 votaram contra Moro. Outros 89 votos foram dados por deputados da oposição – PT, PSOL, PSB, PCdoB e PDT. Por outro lado, todos do PSL, do PV, do Podemos, do PHS, do PMN, do Cidadania e do Novo votaram com o governo. Já o PSDB ficou dividido: foram 21 a favor de Moro e 5 contra. Um dos principais articuladores do Centrão, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), se limitou a dizer que o “placar fala por si”.
Blog do BG
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