terça-feira, 17 de setembro de 2019

Bolsonaro negligencia a Amazônia. Por Ramon Luduvico



São mais de 2.300 focos de queimadas no bioma Amazônia em setembro, os dados são do sistema de monitoramento ativo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na última quarta-feira (04/setembro). Desde janeiro desse ano a Amazônia acumula quase 50 mil focos de incêndio, quase o dobro do que foi registrado no ano passado para o mesmo período.

Seguindo analisando, cada vez os dados se tornam mais alarmantes. Estamos em um mês de seca, o que ocasiona um aumento no número de focos de incêndio, todavia o mês de agosto desse ano terminou como o maior número de focos em 9 anos. As queimadas no bioma Amazônia tiveram um aumento de 196% desse mês, chegando a mais de 30 mil focos ativos, é o que aponta os dados do Programa Queimadas do Inpe.

O aumento estratosférico das queimadas do Brasil, sobretudo na Amazônia, tem dois componentes importantes para serem analisados. O primeiro é a política ambiental do Governo Federal: Bolsonaro enfraqueceu o Ministério do Meio Ambiente que perdeu poder e prestígio além de setores importantes como a Agência Nacional de Águas e Serviço Florestal Brasileiro; O Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles anunciou a revisão de todas as 334 Unidades de Conservação; O número de multas ambientais aplicadas pelo IBAMA foi o mais baixo em 11 anos; esses são só alguns dos exemplos de como o meio ambiente está sendo tratado por Bolsonaro.

O segundo ponto é o que causa mais indignação: Cumprindo o que prometeu na campanha, na qual Bolsonaro se mostrou crítico à fiscalização ambiental, agora presidente com suas declarações e os atos institucionais, como indicar um Ministro que responde a processos judiciais por supostamente ter beneficiado indústria e mineradoras, pessoas se sentiram mais à vontade em praticar crimes ambientais, chegando a ser proposto um dia do fogo.

O dia do fogo (10 de agosto de 2019) é o dia em que foram realizadas queimadas criminosas e propositais principalmente na cidade de Novo Progresso no Pará (a cerca de 1.200 km da capital Belém). O caso ainda está em fase de investigação, porém evidências apontam que os organizadores queriam chamar a atenção do presidente Bolsonaro e mostrar apoio as políticas contra o meio ambiente do Governo Federal.

Documentos apontam que o IBAMA solicitou apoio da Força Nacional (ligada ao Ministro Moro) para combater o plano de promover queimadas (o dia do fogo), o Moro não atendeu a solicitação. O Procurador do estado do Paraná chegou a afirmar: “Pode-se constatar grave negligência do Estado na proteção da floresta amazônica”.

Hoje, após consolidado o crime ambiental, o Governo Federal junto com os estados que fazem parte da Amazônia legal estuda formas de combater o fogo que ainda existe. Apesar disso Bolsonaro segue com suas atitudes totalmente desconectadas da realidade, só para se ter uma ideia o presidente chegou a negar ajuda financeira internacional e desrespeitar Brigitte Macron, esposa de Emmanuel Macron, presidente da França.

Esperamos que não só os focos de incêndios sejam controlados, mas também que o (des)Governo de Bolsonaro reveja sua política ambiental, pois uma das riquezas que o Brasil se orgulha e é reconhecido internacionalmente é seus biomas, notadamente a Floresta Amazônica.

Por: Ramon Luduvico


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