quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

COLUNA: COM QUEM E PARA QUEM DEVEMOS FALAR SOBRE O AUTISMO? POR AMANDA OLIVEIRA

Quero começar essa matéria implantando uma interrogação na cabeça de todas as pessoas. Todas! Porque se o Autismo está em todos lugares, então a conscientização sobre o Autismo também deve ocupar todos os espaços. Mas para quem devemos falar sobre as características, sobre as estereotipias, sobre os comportamentos que a maioria das pessoas não entendem? Se a maioria não entende, então é com essa maioria que devemos conversar. É com as crianças que não são autistas e com seus pais, para que em casa haja um diálogo sobre as diferenças e principalmente sobre respeito.

Chega um momento em que nossos filhos têm que voar. Todas as crianças precisam estabelecer vínculos, construir amizades, e mesmo com medos e inseguranças, precisamos nos sentir seguros para deixá-los ir. E acreditem, para os pais atípicos o medo é redobrado e a insegurança não dá trégua. Nos preocupamos a todo o momento se o nosso filho estará incluso nas brincadeiras, se as outras crianças entenderão quando ele não entender o que está acontecendo. Nos perguntamos se as crianças e os adultos ao redor conseguirão compreender as expressões, os gestos e a inquietude das mãos que querem dizer algo, quando da boca não sai uma única palavra. E o mais doloroso, nos perguntamos a todo momento o que os adultos ao redor estão fazendo para tornar o ambiente mais inclusivo e a situação mais compreensiva. São questionamentos e dúvidas que nos assombram todos os dias, mas que são sentimentos que só são compreendidos quando atravessados na pele. Coisas de pais atípicos, não é mesmo? Mas sobre o Autismo, ah, sobre ele todo mundo pode conhecer. Sobre o universo do Autismo todos devem querer saber sempre um pouco mais, ter curiosidades, buscar conhecimentos, respeitar as diferenças e aceitá-las. 

Mas o que eu estou querendo dizer com tudo isso? É que precisamos falar mais sobre autismo com nossos vizinhos, com os amigos, com os desconhecidos. As instituições educacionais precisam abordar mais a conscientização e fazer com que esse espaço de diálogo e aprendizado, seja ocupado por todas as pessoas de todas as idades, e principalmente aqueles que não estão “vivendo no Espectro.” 

Falar sobre Autismo é urgente, é necessário é INCLUSÃO. E acreditem, entrar na cabeça dos neurotípicos é um mistério e ao mesmo tempo sensacional, pois tudo é o que é e ponto final. E você, onde está o seu olhar, os seus ouvidos e a sua atenção? Porque os sentidos dos Autistas, o coração, a mente e a compreensão estão inteiramente ligados em como você o aceita e em como você o acolhe. O que você, adulto, está fazendo para incluir uma criança Autista no seu mundo, quando o Autista não é o seu filho? São muitas perguntas, eu sei! Mas há muitas respostas no interior de cada um. 

Que cada pai ou mãe de uma criança autista se encontre nestas linhas, mas que principalmente as pessoas que não convivem com autistas, que não estão no universo do Autismo encontrem algumas respostas, afinal, o nosso universo precisa de vocês também, porque o mundo não é dividido, ele é um só! 

Ser atípico é ser diferente, mas quem não é?

 


Um comentário:

  1. Essa discussão é de suma importância para nossa sociedade 😍 Parabéns pela coluna, pelas palavras, pela dedicação e luta. 🥰

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