Um novo formato de golpe está em alta no Instagram: criminosos invadem perfis e publicam ofertas de móveis e objetos usados a um preço atrativo. Na hora de negociar a venda, pedem o pagamento por Pix, e como a publicação foi feita em nome de amigos ou conhecidos, muitos são vítimas da armadilha.
Quem tem a conta roubada pode ter sido vítima de phishing – golpe virtual em que o usuário é atraído por sites falsos elaborados estrategicamente para conquistar a confiança, com o mesmo layout dos verdadeiros e apenas a mudança de uma letra no link, por exemplo, e fornece as suas informações pessoais. Dessa forma, os criminosos conseguem acesso a contas em redes sociais ou aplicativos de mensagens de diversas vítimas e podem cometer fraudes como a que está em alta no momento.
Segundo o dfndr lab, laboratório especializado da empresa de cibersegurança PSafe, cerca de 150 milhões de brasileiros foram vítimas desse golpe somente em 2021. Para se proteger, cuidados como não clicar em links desconhecidos, sempre checar a fonte de posts antes de clicar em tudo que aparece na tela do celular e ativar a autenticação em dois fatores do Instagram, Whatsapp e Telegram são recomendadas por especialistas da área de softwares.
O coordenador do curso de Redes de Computadores da Estácio, Emmanoel Monteiro, reforça também a importância de utilizar senhas fortes para reprimir a ação dos robôs utilizados pelos criminosos na hora de invadir perfis.
Incluir letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais na palavra-passe é recomendado, assim como trocar de senha a cada 30 dias e não utilizar caracteres idênticos e consecutivos, como 123 ou abc.
“Outra orientação muito simples e que pode ser posta em prática é não utilizar informações de cunho pessoal, como data de nascimento, nome de filho, nome dos pais; essas são informações que podem ser facilmente rastreadas em redes sociais para tentativa de acesso”, recomenda Emmanoel. O professor reforça ainda que a forma mais eficaz de se proteger é não adotar como senha as palavras convencionais, presentes no dicionário, que podem ser facilmente rastreadas.
De acordo com o especialista, o usuário pode utilizar a escrita alfanumérica em termos de sua preferência – como comidas ou títulos de livros –, e alterar alguns dos caracteres, mantendo o sentido das palavras. Por exemplo, se na combinação “Romeu & Julieta” retirarmos os espaços em branco e substituirmos as vogais por número ou caracteres especiais, desta forma teremos “R0m3u&Jul1et@”.
“Assim, você cria uma estrutura fácil de lembrar e que não está em nenhum dicionário. Essa organização pode ser utilizada com qualquer palavra ou frase que desejar, e quanto maior a extensão, mais segura será sua senha”, aconselha o profissional.
Algumas plataformas já exigem que se coloquem ao menos oito dígitos, uma letra maiúscula, uma letra minúscula, um número e um caractere especial ao realizar um cadastro. De acordo com o professor, isso não é uma recomendação da norma NBR ISO 27002, que trata da conduta para Gestão da Segurança da Informação, mas ajuda a fortalecer ainda mais a defesa da sua conta
A última orientação do especialista é nunca utilizar as mesmas senhas para assuntos pessoais e profissionais. “Sei que isto nem sempre é uma questão fácil e prática para todos, mas para ter uma melhor segurança, temos que realizar um mínimo de esforço”, frisa.
Agora RN
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