Rogério Marinho em Jucurutu |
O candidato ao Senado pelo PL, Rogério Marinho, foi vaiado no último sábado em Jucurutu, onde participava, ao lado de lideranças da cidade, de um comício de sua campanha eleitoral ao Senado. O vídeo circula nos grupos de WhatsApp na internet e foi revelado pelo blogueiro mossoroense Bruno Barreto, no final da tarde desta segunda-feira.
Alvo de críticas por ser relator da reforma trabalhista, Rogério responde a processos por corrupção. O ex-ministro do Desenvolvimento Regional (MDR) também tem seu nome citado no esquema que teria direcionado R$ 1,4 milhão para obra de um mirante turístico vizinho a um terreno onde construirá um condomínio privado no município de Monte das Gameleiras, no agreste do Rio Grande do Norte. A atração turística fica a cerca de 300 metros da propriedade do ministro e favorece Marinho, conforme apontou matéria exclusiva de capa do jornal Estadão.
Segundo relato do jornalista Bruno Barreto, Rogério foi vaiado no encerramento de um comício na cidade de Jucurutu, onde conta com o apoio da principal liderança política da cidade, o deputado estadual Nélter Queiroz (MDB).
Ao longo da campanha e da pré-campanha, Rogério vem acumulando polêmicas. A mais recente delas aponta que o ex-ministro não informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um imóvel residencial registrado em seu nome e localizado na região central de Natal, no Rio Grande do Norte. Reportagem do jornal GLOBO apontou que Rogério Marinho declarou apenas um apartamento avaliado em R$ 1,2 milhão, e não cita qualquer outro imóvel.
Conforme reportagem do GLOBO, uma certidão do cartório do 7º Ofício de Notas de Natal, obtida pelo jornal, mostra que Rogério Marinho e sua esposa são proprietários de um prédio residencial no bairro Esperança. A escritura diz que o imóvel estar alugado para um casal de dentistas desde agosto de 2013.
Ao GLOBO, o candidato disse que, apesar de constar em seu nome, o imóvel foi vendido há seis anos e que, por esse motivo, não foi declarado ao TSE. “Não é meu. O cara (comprador) não passou (o prédio) para o nome dele. Vendi há seis anos. O cara não passou para o nome dele, mas está vendido — afirmou o ex-ministro, por telefone, acrescentando: – Vou tentar localizar o comprador para que (ele) dê declaração de que comprou. Estou no interior e hoje é o primeiro dia de campanha”, diz o GLOBO.
De acordo com o GLOBO, cerca de 30 minutos após o primeiro contato com a reportagem, Rogério Marinho pediu mais tempo para viabilizar os comprovantes de venda do imóvel. Após ser cobrado novamente, ele apresentou uma declaração escrita de próprio punho pela suposta compradora. Em uma página de papel, Glória Virgínia de Souza Ribeiro, uma moradora da capital do Estado, declarou ter adquirido o prédio de Rogério Marinho no ano de 2018. O documento tem a data do dia em que a reportagem procurou o ex-ministro, 16 de agosto de 2022, e não consta com autenticação cartorial ou selo oficial.
O GLOBO conseguiu contato com Glória Virgínia de Souza Ribeiro. Apesar de não lembrar o valor da compra nem saber quais são os atuais inquilinos do imóvel, ela afirma que comprou o bem em 2018 — assim como ela declarou no documento encaminhado por Marinho à reportagem. Glória Virgínia de Souza Ribeiro é moradora de Natal e diz trabalhar com a compra de terrenos e imóveis. Ela disse que não transferiu o imóvel para seu nome porque “esqueceu”.
“Eu comprei esse imóvel mais ou menos em 2018. Eu me descuidei e não passei a titularidade para mim. Acabou passando despercebido. O IPTU não foi transferido para meu nome, também, mas eu sou a dona. Na casa moram pessoas, não sou eu, mas continuo com a casa”, disse ela ao jornal.
Na folha de papel entregue ao GLOBO, consta o número da inscrição do imóvel junto à Prefeitura. De acordo com dados da prefeitura de Natal, as parcelas do IPTU do imóvel referentes a este ano constam registradas no nome de Rogério Marinho. Questionado novamente sobre isso, o ex-ministro disse que “a responsabilidade de passar o imóvel para o nome do comprador é de quem comprou. É um fato que milhões de transações são feitas em nosso país e não são passadas em cartório”, pontuou.
PL manda um R$ 1 milhão para campanha do ex-ministro
O Partido Liberal, presidido por Waldemar Costa Neto, mandou R$ 1 milhão para a campanha do candidato ao Senado pelo partido, ex-ministro da Previdência, Rogério Marinho. Com isso, o autor das reformas trabalhista e previdenciária passou a figurar em segundo no ranking dos candidatos ao Senado que mais receberam recursos até agora na presente campanha eleitoral. Ao todo, Rogério já recebeu quase R$ 2 milhões, ou R$ 1.972,210,00 em valores exatos.
Além do R$ 1 milhão recebido do partido, Rogério já tinha chamado a atenção por ser o candidato ao Senado no Rio Grande do Norte que recebeu mais verba de doações de empresários, o que se deve em parte a sua atuação na reforma trabalhista, que extinguiu direito dos trabalhadores, favorecendo mega empresários.
Figuras como Flavio Rocha e o empresário Sergio Azevedo, filho do suplente de Rogério, Flavio Azevedo, figuram entre os maiores doadores da campanha de Rogério, que já tinha contabilizado, até a semana passada, mais de R$ 700 mil em doações de empresários satisfeitos com sua atuação na reforma trabalhista e previdenciária.
Apesar do montante, como candidato ao Senado, Rogério Marinho tem um teto de quase R$ 4 milhões, ou R$ 3.811.887,03 em números exatos. Com a doação do PL, Rogério figura agora em segundo lugar entre os candidatos ao Senado que mais receberam recursos no Estado. À frente dele, em primeiro lugar, encontra-se o candidato do PSB, Rafael Motta, que já recebeu R$ 2.070,000,00, e o candidato do PDT, Carlos Eduardo Alves, com R$ 1.250.000,00.
Agora RN
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