quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Menos por mais: novos trabalhadores recebem 21% a menos que os demitidos.

Não bastasse a escalada do desemprego que assola a economia (segundo a OIT em 2017 o número de desempregados no planeta subirá mais 3,4 milhões, e estimava é que 1,4 milhões destes serão brasileiros -> ), a restrição do mercado de trabalho se faz sentir de variadas formas. Não é somente com a diminuição do número de postos de trabalho, mas também com a precarização de todas suas condições.
Fecham-se postos no mercado de trabalho formal restando somente vagas no mercado informal, no qual os trabalhadores não têm garantidos os seus direitos. As poucas vagas existentes são destinadas, em geral, para jovens de até 24 anos de idade, o perfil buscado pelos empregadores, jovens dispostos a se submeterem a menores salários, em prol da inserção no mercado, menos exigentes e necessitados de outros benefícios como convênio médico.
Assim, segundo pesquisa realizada pela Folha, os trabalhadores contratados atualmente recebem salário 21% menor para as mesmas ocupações do que os demitidos anteriormente. Mas o achatamento salarial atingiu até as que geraram empregos. Entre as 30 ocupações que mais criaram vagas em 2016, quem foi contratado recebeu em média 4,5% menos do que os trabalhadores demitidos. Para operadores de telemarketing, por exemplo, a diferença chegou a 12%. Ou seja, mesmo em ocupações que já tem suas remunerações próximas ao salário mínimo os trabalhadores veem seus vencimentos ainda mais reduzidos, juntamente com sua condição de vida – já tão defasada em relação ao salário mínimo prescrito pelo DIESE (R$ 3.856,23), 4x inferior.
Enquanto os trabalhadores têm seus salários ainda mais apertados, os empresários não aceitam terem sua margem de lucro reduzida, desejando impor as consequências da crise unicamente sobre os trabalhadores, valendo-se de diferentes meios: desde a demissão direta até a precarização das relações de trabalhos, com redução dos salários, corte de benefícios, e a terceirização. Por isso, mesmo com as reformas trabalhistas já anunciadas, seguem os empresários sedentos por avanços ainda maiores sobre os direitos dos trabalhadores.

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