Na reta final das negociações para a aprovação da reforma da previdência na Câmara, Temer participa nesta terça-feira, 16, de evento com prefeitos no Palácio do Planalto para anunciar Medida Provisória com a previsão de parcelamento da dívida dos municípios com o INSS e, com isso, "convencer" base aliada a votar a favor das reformas.
O presidente Michel Temer pretende anunciar nesta terça-feira, 16, uma Medida Provisória com a previsão de parcelamento da dívida dos municípios com o INSS. Os últimos ajustes da proposta foram discutidos em reunião realizada na manhã dessa segunda-feira (15) no Palácio do Planalto. O evento contou com a presença de Temer, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do Secretario de Governo, Antônio Imbassahy, Secretario Geral da Presidência, Moreira Franco e lideranças da base aliada.
A previsão é de que a dívida dos municípios possa ser parceladas em até 200 vezes e o valor dos juros ainda deverá ser contabilizado por Meirelles em novas reuniões. O anúncio deverá ocorrer em evento promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) que acontecerá nesta terça-feira em Brasília.
O gesto de Temer vem num momento em que o governo tenta avançar fortemente nas negociações para aprovar a Reforma da Previdência no plenário da Câmara. As lideranças da própria base aliada ainda se queixam da forte pressão contrária à proposta sofrida nos redutos eleitorais e têm colocado a falta de aprovação popular como um dos entraves para se votar reforma. Com essa manobra, Temer deixa claro que pretende aprovar a Reforma da Previdência a partir da troca de favores financeiros aos municípios endividados. "Prefeito feliz é deputado feliz", resumiu um interlocutor de Temer.
Em diversas cidades do Brasil, os prefeitos anunciam dívidas de valores milionários herdadas das administrações anteriores e buscam onde descarregar o peso dessas dívidas. Por todo o país, os milhões de reais acumulados em obras inacabadas, desvios de verbas, licitações forjadas e corrupção, prática comum entre os políticos, levam as prefeituras à declaração de calamidade e também ao atraso de salários e rebaixamento das condições de vida da maioria da população.
A saída dada pelo governo federal à dívida dos municípios se volta novamente contra os trabalhadores, já que está sendo utilizada para "convencer" por meio da compra e troca de favores, os parlamentarem a votarem a favor da Reforma da previdência, que se aprovada condenará a população a trabalhar até a morte, em condições cada vez mais precárias, sem direito à aposentadoria e à velhice.
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