Por Marcos Silva.
Para além da divergência de ponto de vista da fé em CRISTO de muitos cidadãos em Santa Cruz/RN, na qual divergem sobre o celibato, a adoração de santos e a eucaristia da religião cristã (falo aqui especificamente da discórdia entre evangélicos e católicos) bem como da visão distinta de fé daqueles que têm religião diferente do cristianismo ou até mesmo dos que divergem no tocante a existência ou não de um Cristo Salvador (falo aqui dos que se intitulam ateus/agnósticos) o fato concreto é que, a cidade de Santa Cruz/RN, se prepara para receber o mês de maio.
A tradicional festa de maio ou de Santa Rita de Cássia, como queiram, deixa um ar diferenciado na cidade.
O parque de diversão, as barracas de alimentação, o novenário, o vai e vem de pessoas, os eventos (precisando melhorar, é verdade). Os novos luke´s nas vitrines das lojas. Os salões de beleza lotados retocando a face desgastada de todo um ano de trabalho. Os milhares, seguindo, com sua fé, a procissão. O reencontro de famílias e amigos que há meses ou anos não se encontravam, mas que nesse período aparecem para de uma forma ou de outra cultuar sua fé ou simplesmente matar a saudade, são coisas que encantam a cidade.
A festa de maio, assim como a festa junina são celebrações aguardadas por um ano inteiro e que fica, com carinho, guardada na memória de muitos. Essas celebrações religiosas, mas que também não deixam de ser culturais e tradicionais quer queiram quer não representam muito a face do povo nordestino. Essas celebrações, repito, para além da fé tem todo um encantamento, uma simbologia, uma magia, para a vida de milhares de pessoas.
Testemunhar, nesse período, às ruas do Centro da cidade vazias, sobretudo, à noite, sem a magia do parque de diversão, sem o vai e vem de pessoas, sem puder receber as tão esperadas visitas. Católicos ficando sem às bênçãos presenciais, tendo de assistir e receber sua benção, através das redes sociais, é algo que eu não espera ver na terra de Santa Cruz.
A imagem da imponente Matriz de Santa Rita de Cássia, vazia. Os diáconos, padres, bispos, praticamente sós, a celebrar o novenário, são imagens que impactam o imaginário.
Em 185 anos, nada, absolutamente, nada, a conferir os registros da história, havia impedido Santa Cruz de celebrar sua festa, até chegar um inimigo invisível, traiçoeiro e mortal por nome esquisito de NOVO CORONAVÍRUS.
Que “gripezinha” impediria Santa Cruz de celebrar a fé e a vida?
Esse inimigo deixou Santa Cruz sem sua magia do mês de maio. Tem deixado pessoas aflitas. Tem causado perdas de vida, deixando um lastro de dor e sofrimento para familiares e amigos, toda via, não tem sido capaz de nos fazer refletir sobre a essência humana. Essa falta reflexiva, aliada a negação (mecanismo de defesa que refere-se a um processo pelo qual a pessoa, de alguma forma, inconscientemente, não quer tomar conhecimento de algum sentimento) nos levará a auto destruição.
A COVID-19, tem mostrado a face perversa dos animais “racionais.” Tem mostrado que, nós, seres humanos, somos migalhas, somos frágeis, poeira. Que somos podridão, quando poderíamos ser belos.
Se cuidem. Cuidem dos seus, amanhã, pode ser tarde!
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