O deputado federal Benes Leocádio (Republicanos) deverá ser o nome apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte. A informação foi confirmada pelo próprio Leocádio, em entrevista exclusiva à repórter Diassis Oliveira, deste Agora RN. Em seu contato com a reportagem, Benes demonstrou certeza e segurança na sua decisão. No entanto, titubeou ao falar quem seria seu companheiro de chapa, como candidato ao Senado.
A confirmação da candidatura de Benes sepulta de vez a postulação do deputado estadual Tomba Farias (PSDB). Havia uma expectativa quanto a Tomba vir a ser candidato, alimentada por ele próprio, aliados e setores da imprensa. Porém, o deputado de Santa Cruz aparentemente apresentou uma fatura alta demais para os aliados resolverem, se quisessem vê-lo candidato a governador: extinguir as pendências judiciais da esposa, Fernanda, que, na condição de ex-prefeita de Santa Cruz, enredou-se em processos judiciais em que é acusada de diversas irregularidades administrativas.
Para ser candidato pela oposição ao governo, Tomba queria não apenas que – sabe-se lá como – os interessados em sua candidatura “resolvessem” a situação judicial da mulher de modo que se extinguisse a atual inelegibilidade decretada pela Justiça para que ela pudesse disputar um mandato de deputado estadual para ocupar o espaço de Tomba – uma espécie de reserva de mercado, para o caso de ele perder a eleição para o governo, se fosse o caso.
O fato é que a escolha de Benes como candidato da oposição ao governo do Estado deixa a candidatura de Tomba como encerrada. E leva as cenas dos próximos capítulos para outra seara: a da escolha do candidato ao Senado.
É fato que a questão central da oposição gira em torno dessa candidatura ao Senado, e não da candidatura ao governo. É de olho na vaga do senador Jean Paul Prates (PT) que estão os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Fábio Faria (Comunicações). Representantes oficiais do bolsonarismo no RN, almejam ascender politicamente pela via que entendem ser a mais acessível, ou a mais “confortável”, como disse certa vez uma raposa política à coluna.
Política é ocupação de espaço. E os espaços têm graduações diferentes, que podem ser classificadas de acordo com o poder que conferem. Não há dúvida que em se tratando de um estado, o cargo político mais poderoso é o do governador. Este, no Rio Grande do Norte, ocupado pela petista Fátima Bezerra. No entanto, os políticos mais fortes da oposição, hoje, preferem fugir a um embate contra ela, optando por um confronto com Jean Paul. A avaliação que se faz é a de que Fátima seria mais difícil de se derrotar, sobretudo pelo histórico em favor do estado, como deputada estadual, deputada federal, senadora e, agora, como governadora.
Já Jean Paul é visto como um azarão, que ganhou quatro anos de mandato no Senado por ser o primeiro suplente de Fátima, já que esta renunciou para assumir o governo, entregando de bandeja o Senado para Jean, que, além de não ser norte-rio-grandense, embora more aqui e passe mais tempo aqui do que muito representante político do RN em Brasília, não tem tradição política e não foi votado para o cargo – embora tenha ficado em segundo lugar na disputa pela prefeitura de Natal no ano passado, numa tentativa de massificação do seu nome, já com vistas a 2022 e a luta pela reeleição.
A escolha de Benes como candidato da oposição ao governo do Estado resolve um dos problemas da chapa bolsonarista no Estado. Mas deixa pendente justamente outra questão: quem será o candidato ao Senado? A disputa está obviamente entre Rogério e Fábio.
Agora RN
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