Em setembro, serão definidas as regras das prévias do PSDB. Visto até então como pré-candidato a presidente, o tucano Tasso Jereissati, senador cearense, deverá anunciar seu apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que ganhou notoriedade por assumir publicamente sua homossexualidade.
A adesão de Tasso a Leite seria uma tentativa de minar a pré-candidatura do governador de São Paulo, João Dória, tucano que mais oposição fez ao presidente Jair Bolsonaro na pandemia – embora não tenha com isso deslanchado nas pesquisas. Apesar disso, João Dória deverá ser quem levará a melhor nas prévias tucanas, por contabilizar mais apoios no colégio eleitoral.
No Rio Grande do Norte, o presidente estadual do PSDB é o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza, que ainda não se posicionou sobre qual projeto nacional apoia. As prévias do PSDB são em novembro e ainda há tempo para a tomada de posição no diretório potiguar.
Informações recentes davam conta que Ezequiel teria chegado a ensaiar deixar o PSDB, na esteira de apoio à candidatura do ministro Rogério Marinho a senador. Contudo, a informação teria sido plantada. “Estou satisfeito no PSDB”, disse Ezequiel, em declaração recente.
Aliado de Ezequiel, Rogério, para agradar a Bolsonaro, se desfiliou do PSDB e fará opção partidária por sigla simpática ao presidente. Ezequiel deverá ficar no PSDB. Afinal, por que deixar a presidência de uma sigla de peso no cenário nacional para se filiar a outra de menor envergadura, sem ter, até onde se sabe, a certeza de que teria o comando? Difícil de acreditar.
Sobre a sucessão estadual, o PSDB continua indefinido e parece não alimentar planos de encabeçar uma terceira via – como o partido planeja nacionalmente, seja com Dória, seja com Leite.
Cogitado inicialmente como candidato a governador, o deputado estadual Tomba Farias (PSDB) teria desistido dessa postulação, carimbando sua pré-candidatura apenas como balão de ensaio.
Dessa forma, interroga-se nos bastidores qual deverá ser oficialmente a posição do PSDB, devido ao partido estar visivelmente dividido, com uma ala atrelada à governadora Fátima Bezerra (PT), enquanto outra segue o viés bolsonarista, sob o patrocínio do ministro Marinho.
Se o PSDB nacional se definir por candidatura a presidente da República, como ficará o PSDB no Estado? Entre os tucanos potiguares, acredita-se que Dória sairá vencedor na disputa interna contra Leite, sagrando-se candidato a presidente da República. Se isto ocorrer, o PSDB potiguar terá três cenários: 1 – Lançar candidato a governador; 2 – Apoiar a reeleição de Fátima ou; 3 – Apoiar o palanque de Bolsonaro aqui no Estado.
Hoje, parte do partido defende a reeleição de Fátima, outra parte fomenta chapa contra ela. Embora não tenha se posicionado sobre o governo, apenas em relação ao Senado (declarou apoio a Rogério), Ezequiel seria da ala pró-governo, mas diz que irá ouvir todos os lados, juntamente com o deputado estadual Raimundo Fernandes.
Os demais deputados tucanos – José Dias, Gustavo Carvalho e Tomba Farias – defendem postulação oposicionista. O fato é que não existe mais vinculação de voto. Por isso, o PSDB terá liberdade para decidir quem apoiar no RN, obedecendo, é claro, a orientação nacional para presidente da República.
Agora RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário