Uma campanha eleitoral competitiva costuma levar tempo e dinheiro para ser planejada, mas a indefinição de Jair Bolsonaro em entrar para um partido tem deixado parte de seus apoiadores no escuro, enquanto adversários já costuram alianças visando à eleição de outubro do ano que vem. A ausência de sinalização de seu líder político tem agravado fissuras na base mais fiel do bolsonarismo, resultando em algumas brigas públicas na militância governista.
A recusa de Bolsonaro, desfiliado desde novembro de 2019 do PSL, em articular sua base partidária prejudica planos também nos estados, na opinião do cientista político David Fleischer, professor emérito da Universidade de Brasília (UnB). “O Lula, que se coloca como principal adversário do Bolsonaro neste momento, já está negociando bastante com partidos e arrumando alianças nos estados, aparando arestas com antigos aliados. Os aliados de Bolsonaro, por outro lado, ainda estão num compasso de espera ou tentando articular compromissos que não têm garantia de que poderão ser cumpridos”, avalia ele em conversa com o Metrópoles.
Como precisa estar em um partido pelo menos seis meses antes da eleição, Bolsonaro vê sua janela se encurtar e pode ser obrigado a aceitar mais exigências do que gostaria para encontrar uma legenda. A ida para o Patriota, sua primeira opção, já foi considerada descartada até pelo presidente afastado da sigla e articulador da filiação, Adilson Barroso.
Um partido que está ativamente procurando apoiadores do presidente da República é o PTB, de Roberto Jefferson, que “esqueceu” o trabalhismo do nome do partido, mudou estatuto e cores (saíram preto, branco e vermelho, entraram verde e amarelo) e está expulsando parlamentares que votam contra a agenda conservadora.
Confira a íntegra no Metrópoles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário