O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o discurso na posse do novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para criticar os responsáveis pelos ataques golpistas de 8 de janeiro
“O que aconteceu no Palácio do Planalto, no Congresso e no STF foi uma revolta dos ricos que perderam as eleições. Nós não podemos brincar, porque um dia o povo pobre pode se cansar de ser pobre e fazer as coisas mudarem nesse país”, disse Lula nesta segunda (6).
Lula atribuiu os atos golpistas ao inconformismo da elite com a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.
A PF (Polícia Federal) tem realizado operações para identificar participantes, financiadores e fomentadores dos ataques às sedes dos três Poderes, em Brasília.
O petista destacou novamente a importância do “equilíbrio social” juntamente com o equilíbrio fiscal. Ele lembrou que hoje há 33 milhões de pessoas passando fome.
“Se nós decepcionarmos esse povo e eles pararem de acreditar em nós, não sei o que será desse país. Esse país não pode continuar sendo governado por uma parcela da sociedade, tem que ser governado para a maioria.”
Lula voltou a atacar a rede de desinformação ligada a Bolsonaro. Destacou que o BNDES, chamado de “caixa preta” pelo ex-presidente, foi uma das vítimas das “mentiras” do antecessor.
O presidente lembrou os aportes a obras de infraestrutura em países vizinhos, em especial Cuba e Venezuela, governados por ditaduras de esquerda.
E afirmou que Bolsonaro não quis cobrar as dívidas para ter um argumento para atacar os governos do PT.
“Outra grande mentira é que o BNDES dava dinheiro para outros países. O BNDES nunca deu dinheiro para governos amigos do governo. O banco financiou serviços de engenharia brasileira para obras em 15 países da América Latina e do Caribe”
“Os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, não pagaram porque o presidente [Bolsonaro] resolveu romper relações e não cobrar para poder ficar atacando a gente.”
À tarde, Lula participou da inauguração das unidades de oftalmologia e Diagnóstico do Super Centro Carioca de Saúde, da Prefeitura do Rio de Janeiro, acompanhado do prefeito, Eduardo Paes (PSD), e do governador, Cláudio Castro (PL).
O petista afirmou pediu ao prefeito que apresente projetos para que a cidade receba verbas federais.
“Querido Eduardo Paes, não apenas por sua causa, ou por causa do governador. Por causa do amor que tenho pela Cidade Maravilhosa é que eu digo para você: não me faça discurso. Apresente projeto que o dinheiro aparece. Se não tiver projeto, não tem dinheiro”, disse o presidente.
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição no ano passado, Castro foi alvo de vaias de parte do público ao ser chamado a discursar.
“Temos demonstrado que maturidade de trabalhar junto, tirar do papel o que a população precisa. É a prova de que não importa quem faz, mas nossa capacidade de trabalhar junto”, disse o governador.
Paes elogiou Castro, a quem não apoiou na eleição do ano passado.
“Nós não tivemos aliança eleitoral, mas a gente tem que destacar que o governador Cláudio Castro, ao longo desses dois anos, tem sido enorme parceiro. Nunca se deixou contaminar pela política baixa”, disse o prefeito.
Agora RN
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