O preço da tarifa de ônibus aumentou 135% ao longo dos quatro mandatos de Carlos Eduardo Alves (PDT) à frente da Prefeitura do Natal. Os reajustes aconteceram oito vezes entres os anos de 2005 e 2017, o que permitiu que a passagem crescesse R$ 1,90 ao longo do período.
O primeiro aumento de Carlos Eduardo Alves aconteceu em 2005. A tarifa passou de R$ 1,30 para R$ 1,45. No ano anterior ao aumento, ele obteve a reeleição ao cargo. Ele havia chegado à Prefeitura em 2002. Carlos Eduardo também aumentou o preço do transporte nos anos de 2006, 2007 e 2008.
Ele deixou o governo com a tarifa em R$ 1,85. Entre 2009 e 2012, o pedetista foi sucedido por Micarla de Sousa. Ela saiu do posto com as passagens custando R$ 2,40.
No retorno dele à Prefeitura, em junho de 2013, a tarifa foi reduzida de R$ 2,40 para R$ 2,20. O decréscimo foi motivado pelas intensas manifestações populares que aconteciam ao longo daquele período.
Em julho de 2014, a passagem foi reajustada para R$ 2,35. Entre os anos de 2015 e 2017, saltou de R$ 2,65 para R$ 3,35. Somente neste período, o aumento total foi de 52%. O reajuste ficou bem acima do que o salário mínimo teve ao longo deste período, cujo ganho real foi de 38,20%. O último reajuste da tarifa de transporte aconteceu em 16 de maio deste ano, pouco mais de um mês após a renúncia de Carlos Eduardo, que decidiu concorrer ao Governo do Estado. O valor da passagem de ônibus hoje é de R$ 3,65.
O impacto do preço do transporte em relação ao salário mínimo é de 17,15%. Como a média mensal é de 23 dias úteis de trabalho, para quem cumpre uma jornada de 40 horas, o gasto com passagens de ônibus será de R$ 167,90.
Em agosto deste ano, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN) abriu um inquérito civil para apurar o suposto pagamento de propina, em forma de doação eleitoral, ao ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves.
Segundo o inquérito, aberto com o número 116.2018.000456, a autorização para o aumento da passagem foi feita em troca de recursos a serem utilizados, em forma de doação eleitoral, para a candidatura de Carlos Eduardo Alves ao Governo do Estado. A investigação está sob sigilo.
Agora RN
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