sexta-feira, 7 de junho de 2019

É cada vez mais trágica a imagem do Brasil de Bolsonaro lá fora





















A impressão que dá é de que estamos chovendo no molhado, repetindo à exaustão críticas ao nível raso, quase seco, do cidadão que ocupa, no momento, a presidência da República. Em sua fértil produção diária de sandices, Jair Bolsonaro, o Messias no sobrenome, expõe a imagem do Brasil, a níveis planetários nunca dantes vistos de incredulidade, vergonha e chacota. Não tem como ser diferente. O governo que o país, inacreditavelmente, elegeu, na base de mentiras e chantagens emocionais, está chegando ao seu sexto mês. Meio ano de tragédia e opróbio.

O mais recente atestado internacional de mediocridade, Bolsonaro obteve do periódico Le Monde, em texto indignado com o baixo nível intelectual do presidente do Brasil. O jornal cita uma série de intervenções que variam entre a tolice e a agressão pura e simples. Chega a mencionar a conversa entre o “mito” e um japonês que visitava o Planalto. Sem entender o que estava sendo dito, o moço riu pálido enquanto aquele que não era um simples anfitrião, mas o chefe da Nação, expelia gracinhas sobre o tamanho supostamente reduzido do pênis dos orientais.

O Le Monde, a propósito, questiona a obsessão de Bolsonaro por polêmicas que incluem “assuntos fálicos”, como a famosa “golden shower” que ele postou em seu twitter, durante o carnaval. Ou a tese presidencial da higiene peniana como fator de saúde pública e motivo de “amputação de “quase mil amputações do órgão sexual masculino”.

Tudo isso “em detrimento do progresso das reformas cruciais”, salienta o jornal que aponta, ainda, outros temas mais desastrosos para o País e que merecem de Bolsonaro tratamento igualmente desastroso, como críticas à cultura, às ciências sociais e humanas e cortes de orçamentos acadêmicos. O jornal apenas confirma a indigência mental do presidente.

Em sua cruzada pela ignorância e pelo atraso, Bolsonaro serve-se de um time perfeito cujo repertório começa em casa, com a própria família do presidente. O país está chocado, diz o Le Monde, com os ataques repetidos dos seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos aos políticos e aos militares, incluído o próprio vice-presidente Hamilton Mourão. “Sem uma oposição verdadeira, o Presidente Bolsonaro está, de fato, alimentando sua própria oposição, dando a impressão de explodir seu próprio mandato”, diagnostica o periódico.

Com efeito, o Governo Bolsonaro não encontra paralelo em termos de produção de material jornalístico contrário a si próprio. Outra impressão que deixa, de maneira muito clara, é de a produção de conteúdo tão denso de patetadas e gols contra é proposital, espécie de manobra diversionista para tirar a atenção de danos bem mais graves urdidos lá na cozinha do governo, sob o comento do “chef” Paulo Guedes. Daí, sim, podem sair iguarias fatalmente indigestas para o povo brasileiro. Particularmente, para trabalhadores, aposentados e pensionistas.

Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia


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