terça-feira, 3 de agosto de 2021

CPI houve “reverendo” que tentou vender vacina superfaturada

 


A CPI da Covid, no Senado, ouve nesta terça-feira o reverendo Amilton Gomes, fundador da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos), que apesar do nome é uma entidade privada. Os senadores querem esclarecer a participação da entidade em uma negociação paralela de vacinas levada ao Ministério da Saúde. O policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que ofereceu 400 milhões de doses de AstraZeneca sem autorização do laboratório e sem origem comprovada, contou com a intermediação do reverendo para ser atendido pelo governo federal.

Depois de uma pausa de duas semanas por conta do recesso parlamentar, a CPI retoma os trabalhos nesta segunda-feira para aprofundar as investigações sobre suspeitas de irregularidade na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro. A partir de terça-feira, o foco da CPI será a negociação envolvendo empresas e intermediários para oferecer vacinas sem o aval de fabricantes estrangeiros, como é o caso da oferta feita por Dominguetti, através da empresa Davati Medical Supply. O PM disse ainda que o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, pediu propina a ele de US$ 1 por dose.

Amilton Gomes é apontado por representantes da Davati Medical Supply como um “intermediador” entre o governo federal e empresas que ofertavam vacinas.

Além do depoimento do reverendo, a CPI também vai votar requerimentos nesta terça-feira. Entre eles estão o afastamento de Mayra Pinheiro, conhecida como doutora Cloroquina, da Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, e a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Os senadores também vão avaliar a quebra de sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). A comissão tem um total de 135 requerimentos na pauta.

A cúpula da comissão tem planos de acelerar os trabalhos para que o relatório final de investigação fique pronto até o final de setembro. A ideia é que o documento produzido pela CPI aponte os indícios de fraude em contratos do Ministério da Saúde, as omissões do governo e ainda a promoção de medicamentos ineficazes durante a pandemia.

O Globo



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