sábado, 21 de agosto de 2021

Entre discussões a respeito do peso de caixas de cotonetes e questionamentos sobre contratação de empresas que entregaram documentação completa, oposição se perde na CPI

Foto: João Gilberto

A CPI da Covid na Assembleia Legislativa começou recheada de expectativas, afinal de contas o velho chavão político adverte: “CPI a gente sabe como começa, mas não como termina”.

Mas ao final da segunda semana a governadora Fátima Bezerra (PT) pode respirar aliviada. Nenhuma bomba foi revelada e até mesmo a mídia que lhe faz oposição passou a tratar do assunto com menos interesse.

Se na primeira semana a discussão foi sobre a gramatura de sapatilhas, nesta o tema principal foi o peso das caixas dos cotonetes. Apesar do nervosismo dos depoentes, pessoas pouco afeitas aos holofotes, ficou esclarecido que não houve corrupção a ponto do próprio presidente da CPI Kelps Lima admitir que o foco das investigações é averiguar improbidade administrativa. “Quem tem estrutura para analisar corrupção é o Ministério Público e a Polícia Federal”, argumentou durante as oitivas.

O deputado Tomba Farias (PSDB) chegou a perguntar o porquê de sempre as empresas que enviaram a documentação completa vencerem as concorrências.

Nessa hora fiquei a me perguntar: e era para vencer quem entregou a documentação incompleta?

Quem acompanhou os trabalhos pela Agência Moscow tratou de levar o assunto na chacota. “É a CPI dos cotonetes”, disse um dos que assistia as transmissões.

A CPI é um instrumento importante para a oposição, mas ainda assim poucos deputados oposicionistas demonstraram interesse em participar das discussões.

Praticamente só Tomba e Kelps estão tendo uma atuação de fato na CPI enquanto os demais deputados adversários da governadora se dedicam a outras atividades.

Políticos são espertos e sabem que daquele mato não sai coelho e que se passar do ponto podem se queimar com os servidores da saúde e ainda fazer de Fátima Bezerra uma vítima. Para eles é melhor esperar algo que renda mais dividendos eleitorais do que se envolver em picuinhas e questões burocráticas.

Quem assiste a CPI no Senado e viu a da Assembleia percebe a diferença. Enquanto lá em Brasília se tratam de assuntos cabeludos aqui se discute o peso da caixa de cotonetes, gramatura de sapatilhas e contratos que passaram pelo crivo dos órgãos de controle.

Se não aparecer nenhum Cabo Domenghetti a CPI da covid na Assembleia Legislativa nem ao menos em pizza vai acabar.

Blog do Barreto



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