O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou abertura de inquérito contra os senadores do PMDB Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney (AP) por suspeita de tentar barrar a Lava Jato. O inquérito inclui o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, que gravou conversas com os políticos - os diálogos sugerem que Renan, Jucá e Sarney tramaram contra a Lava Jato.
O pedido de abertura do inquérito foi apresentado na semana passada pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. Ele anexou ao pedido a transcrição das gravações realizadas por Sérgio Machado.
É o primeiro inquérito autorizado pelo novo relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, que substituiu o ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo suspeito no dia 19 de janeiro. Estaria Fachin na ofensiva contra o PMDB e dando sinais de uma ala do judiciário que quer uma guinada Lava Jato "até o final"? Pelo menos por enquanto os elementos conjunturais envolvendo a nomeação de Moraes dando muito espaço para o PSDB nos acordos reforçam mais o sentido de pacto para garantir que Temer aplique os ataques necessários do que um avanço na instabilidade na crise das alturas.
Quando Janot requisitou o inquérito, Renan divulgou nota em que afirmou não ter praticado ‘nenhum ato para embaraçar ou dificultar qualquer investigação e que sempre foi colaborativo, tanto que o Supremo Tribunal Federal já manifestou contrariamente à pedido idêntico’.
O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o senador Romero Jucá e o ex-presidente José Sarney disse que se houve crime ‘este foi praticado pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, autor das gravações’.
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