Integrantes da bancada religiosa na Câmara temem que o número de evangélicos eleitos neste ano seja menor que o de eleições anteriores. O motivo é a quantidade elevada de candidatos que se lançaram na disputa. A divisão dos votos entre os postulantes, combinada à dificuldade de viabilizar nomes na corrida ao Senado, levaram as igrejas a escolher a eleição de deputados como prioridade no pleito.
Hidezaku Takayama (PSC-PR), por exemplo, chegou a anunciar sua pré-candidatura ao Senado, mas terminou na corrida por seu sexto mandato como deputado federal. “Estamos vendo uma lacuna no Senado. Uma eleição majoritária não é fácil, a gente leva chumbo e não leva chumbo de arma pequena, leva de canhão”, disse o parlamentar.
Marco Feliciano (PSC-SP) também foi cotado como candidato a senador, mas decidiu tentar um novo mandato na Câmara. “Eu não creio no crescimento da bancada evangélica desta vez. Como cresceu e todo mundo achou bonito, todo mundo quer ser candidato e a igreja, que só tinha um candidato, agora tem 50. Você divide e não elege ninguém”, disse o parlamentar à reportagem.
Nos cálculos do pastor Takayama, que coordena o grupo na Casa, há 198 deputados que são evangélicos ou são apoiados por igrejas, o que representa 39% dos deputados na legislatura atual. O parlamentar não acredita que a bancada chegará a 40% da Câmara após esta eleição. “Algumas pessoas imaginam que os evangélicos estão se unindo para eleger um número maior. Não é isso, não. A gente está jogando com o cálculo empírico. Está crescendo o número de evangélicos, automaticamente vai crescer o número de parlamentares evangélicos”, comentou Takayama.
Estadão Conteúdo
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