O ministro da Justiça, Sergio Moro, elogiou o juiz federal e ex-colega de magistratura Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, que determinou a prisão de Michel Temer (MDB). Ao mesmo tempo, saiu em defesa de Antonio Ivan Athié, desembargador do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) que concedeu o habeas corpus ao ex-presidente.
Segundo o ex-juiz, a decisão da segunda instância “faz parte do jogo”. As informações são do portal UOL.
Em entrevista à rádio BandNews FM, o ministro declarou que “existe no Judiciário essa possibilidade de revisão”. Moro é o ex-juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, enquanto Bretas é o atual comandante das ações no Rio de Janeiro.
Temer foi preso na última quinta-feira (21), de forma preventiva e sem prazo específico, por suspeitas de crimes de corrupção e de comandar uma organização criminosa. Na segunda-feira (25), o desembargador Ivan Athié concedeu um habeas corpus ao ex-presidente, preso em primeira instância por Marcelo Bretas.
Athié elogiou o juiz atribuindo-lhe características como “notável”, “competente”, “seguro” e “corretíssimo”, mas indicou, em sua decisão, que uma ordem de prisão de Bretas deve “respeitar os direitos dos advogados garantidos pela Constituição”.
“Também quero ver nosso país livre da corrupção que o assola. Todavia, sem observância das garantias constitucionais, asseguradas a todos, inclusive aos que a renegam aos outros, com violação de regras não há legitimidade no combate a essa praga”, concluiu.
Moro, que classifica Bretas como um juiz “muito competente”, defendeu o ocorrido. “Ele entendeu que era o caso de prisão preventiva, o desembargador reviu a decisão”, resumiu o ministro. “O que nós temos que preservar é sempre a independência judicial. As Cortes de Justiça têm independência de fazer os seus julgamentos. Eventualmente, nós podemos discordar de um ou de outro, mas faz parte do jogo”, finalizou.
CUTUCADA E ATRITOS
Bretas se manifestou nas redes sociais após a decisão do TRF-2. Ele desejou “bom dia aos brasileiros de bem” e disparou: “O silêncio é a única resposta que devemos dar aos tolos. Porque a ignorância fala. A inteligência não dá palpites”.
A respeito dos atritos entre Moro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que se devem, principalmente, à tramitação do projeto anticrime sugerido pelo ministro, Moro disse que o episódio foi “um pouco superdimensionado”.
“Essas questões de rusgas… eventualmente algumas palavras ásperas na política são normais. Houve de fato isso, mas nós já conversamos, e estamos tranquilos”, declarou Moro, que acredita na tramitação do projeto.
Para o ministro de Jair Bolsonaro, o momento é de união em prol das reformas sugeridas pelo governo. “Se nós não nos unirmos agora, depois nós vamos nos unir indo para o buraco”, disse.
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