Nessa tarde o presidente Michel Temer anunciou que retiraria do projeto de reforma da previdência os servidores estaduais e municipais. Dentro dessa regra estão englobados os professores que foram junto aos setores de transporte linha de frente na importante paralisação do dia 15 de março. Esse manobra de Temer mostra como o golpista, os congressistas e os capitalistas temem o potencial de unidade da classe trabalhadora, sentiram o impacto do 15M que querem desarticular para passar a reforma “por partes”.
Todos trabalhadores privados da indústria, do comércio e dos serviços, todos servidores federais seguem atacados nessa proposta, bem como os servidores estaduais e municipais precários e temporários.
Esse projeto deixaria aos estados e municípios atacar seus professores e demais servidores estaduais. Não podemos cair nessa manobra. É preciso a união de toda classe trabalhadora para derrotar todos os ataques.
Temer busca dividir os trabalhadores, para aliviar a pressão sobre si agora, implementar a reforma, e jogar o ônus de aplicar nos estados e municípios para governadores e prefeitos, tal como já pressiona no Rio de Janeiro. E depois, com a reforma aplicada nacionalmente, é claro que os governos estaduais e municipais farão o mesmo, em condições muito melhores, e servidores estaduais e municipais estarão sozinhos pra reagir, enfrentando ainda a propaganda de que estarão defendendo direitos que ninguém mais tem, "privilégios".
Mas essa manobra de Temer, é mesmo assim, uma mostra da força da classe trabalhadora e uma prova de como podemos derrotar o projeto como um todo. É possível garantir a retirada completa do projeto. É possível derrotar outros ataques que Temer tem colocado na frente da reforma da previdência, como a generalização da terceirização e a reforma trabalhista.
A paralisação de 15 de março aconteceu graças a pressão dos trabalhadores que tiraram alguns sindicatos de sua paralisia frente a esse imenso ataque. Porém, nenhum plano de luta para uma verdadeira greve geral saiu desse dia, e assim Temer pode fazer essa manobra e manter outros ataques.
Podemos vencer. Para isso é preciso garantir a unidade da classe trabalhadora. Sabemos que a CUT e a CTB não querem de fato combater os ataques do governo, mas possuem o objetivo estratégico de desgastar ainda mais Temer para eleger Lula em 2018. Por isso os trabalhadores precisam tomar essa luta a partir da sua organização em seus locais de trabalho, desde a base e impedir com que a CUT e a CTB negociem com o governo e desviem toda a disposição de luta que se expressou no 15M. Nesse sentido é papel das organizações de esquerda, os movimentos sociais, centrais como CSP-Conlutas, as figuras públicas do PSOL, o MTST, entre outras forças, organizar a resistência com chamados de assembleias nos locais de trabalho, coordenações de lutas, a fim de impor a luta contra a terceirização e os ataques do governo.
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