Em almoço na casa do deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), Temer expressou concordância com a proposta do seu anfitrião de estabelecer um prazo de seis meses para estados e municípios modificarem os sistemas de aposentadoria dos servidores, indicando a possibilidade de uma emenda no atual projeto da Reforma da Previdência que imponha essa orientação.
Na semana passada, o presidente golpista Temer, após ver sua base aliada em polvorosa após as paralisações de trabalhadores em todo o país no dia 15 de março contra a Reforma da Previdência, fez uma manobra que retirava do projeto da Reforma da Previdência os funcionários públicos estaduais e municipais, dando a ilusão de que estaria retrocedendo no ataque, poupando esse setor de trabalhadores.
Na realidade, tratou-se de uma manobra que deixou sob responsabilidade dos governos estaduais e municipais aplicarem ataques a aposentadoria desses servidores e buscou dividir a incipiente luta de trabalhadores, protagonizada em grande parte por professores das redes estadual e municipal, para criar a imagem de que estes teriam “direitos privilegiados” a aposentadoria, perante o ataque brutal aos demais.
Com esse estabelecimento de um prazo para os governos municipais e estaduais atacarem ao aposentadoria dos servidores públicos, a manobra de Temer fica ainda mais evidente. Não obstante, o presidente recusou a possibilidade de modificar qualquer outro aspecto da reforma, como a idade mínima para aposentadoria ou as regras de transição.
É vital nesse momento que a resistência aos ataques, à Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista, possa seguir como foi no 15M. Apenas um dia de paralisação não basta. Se as centrais sindicais ou estão aceitando os ataques em troca de negociatas espúrias com o governo, como faz a Força Sindical, ou estão planejando como promover um #LULA2018 ao invés de um plano de lutas real que barre os ataques, a começar com uma nova paralisação nesse dia 31, é preciso pensar em alternativas de organização por fora dessas centrais sindicais. Através da auto-organização nos locais de estudo e trabalho é possível construir comandos de mobilização que sejam alternativa à traição e paralisia das centrais sindicais.
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