O empresário Lúcio Funaro deve fechar nesta terça-feira seu acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato; ex-operador do PMDB e um dos cúmplices de Eduardo Cunha, Funaro não deve deixar pedra sobre pedra no partido; num depoimento no início do mês passado à Polícia Federal, Funaro reforçou parte das acusações do empresário Joelsey Batista contra Temer; operador disse que, de fato, o ex-ministro Geddel Vieira Lima atuava como interlocutor de Batista no governo.
Procuradores da Operação Lava-Jato devem se reunir na terça-feira com advogados para acertar os detalhes finais do acordo de delação do operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, um dos principais cúmplices do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Eles vão responder se aceitam ou não os termos da delação sugerido pelo operador. As revelações de Funaro podem complicar a situação de Michel Temer e de um expressivo número de parlamentares, sobretudo da bancada do PMDB na Câmara.
Se a proposta for aceita, Funaro deve começar a depor imediatamente sobre cada um dos casos de corrupção sobre os quais prometeu falar. Um dos principais obstáculos à conclusão do acordo tem sido a divergência sobre as penas.
As revelações do operador podem atingir Temer de forma direta e indireta. Num depoimento no início do mês passado à Polícia Federal, Funaro reforçou parte das acusações do empresário Joelsey Batista contra peemedebista. O operador disse que, de fato, o ex-ministro Geddel Vieira Lima atuava como interlocutor de Batista no governo. A substituição de Geddel pelo ex-assessor Rodrigo Rocha Loures na intermediação dos interesses da JBS teria sido um dos motivos centrais da conversa entre Batista e Temer no Palácio do Jaburu, em 3 de março. A conversa, gravada por Batista, é o ponto de partida da delação do empresário e de mais seis executivos da JBS contra Temer e outros políticos.
Funaro deverá também falar sobre a intermediação de um repasse de R$ 4 milhões da Odebrecht para o PMDB de São Paulo a pedido de Temer. Os R$ 4 milhões fariam parte de um total de R$ 10 milhões acertados por Temer, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e o executivo Cláudio Melo Filho no Palácio do Jaburu, na fase da pré-campanha eleitoral de 2014.
As informações são de reportagem de Jailton de Carvalho em O Globo.
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