quinta-feira, 22 de março de 2018

“NÃO POSSO DESAGRADAR A DEUS, NEM AOS EVANGÉLICOS” DIZ PRESIDENTE MONIK MELO, AO VOTAR CONTRA O PROJETO DO VER. JOÃO VICTOR.

Vemos todos os dias uma crescente onda conservadora tomando conta do país, em todas as esferas dos poderes da república mesmo estando nós no Século XI. 

Em nome da família, dos bons costumes e da “salvação”, discurso proferido, sobretudo, através dos lideres das igrejas evangélicas que ocupam cadeiras no parlamento (as chamadas BANCADAS EVANGÉLICAS) ver-se todos os dias campanhas e mais campanhas de ódio, intolerância, preconceitos, discriminação e retiradas de direitos da sociedade. 

Na Câmara Municipal de Vereadores de Santa Cruz/RN, infelizmente, não é diferente, isso ficou claro na discussão e votação do Projeto de Lei 002/2018 – “Institui a data que marca a história de luta do movimento Trans, como o ‘’Dia municipal Da visibilidade TRANS,’’ a ser comemorado anualmente no dia 29 de janeiro,” de autoria do vereador João Victor, que apresentou o pleito atendendo pedido da ATREVA-SE (Associação de Travestis e Transexuais Encontrando a Valorização e Atuação na Sociedade). O mais eloquente discurso que representa esse conservadorismo, um dos males da sociedade, coube ao presidente da casa do povo, Sr. Monik Melo, que também é evangélico. Ao proferir seu voto contrário ao projeto, disse "sou contra o projeto, pois não posso desagradar a Deus, nem ao seguimento evangélico que faço parte." 

Neste caso, será que ofende perguntar? Acho que não, então vamos lá: o nobre vereador faltou à aula que atesta nosso estado como sendo laico? Que a cadeira de presidente da Câmara não é altar de igreja? E que o exercício da vereança é uma função nobre, que procura debater os anseios da sociedade e não suas convicções religiosas? É assustador, mas são esses os argumentos para se votar contra o projeto. Parece que o vereador vai votar o que seu seguimento determinar e não, o que os diversos seguimentos da sociedade almejam. Pra ser homem púbico é preciso coragem, acima de tudo, prezado presidente. 

É bem provável que se estivesse Jesus Cristo, ocupando uma cadeira ao lado do presidente Monik Melo, dissesse pra ele “deixe de coisa, tome jeito, Deus é amor, compaixão, abraça a todos, DEUS, não exclui, ele inclui.” O vereador Monik, bem que podia deixar pra fazer proselitismo religioso nas rodas de amigos, em seu laço familiar, mas não na casa que é de todos. 

Verdade SEJA DITA, vereador não está obrigatoriamente condicionado a votar a favor de todos os projetos que lhe são apresentados. É um direito do parlamentar votar contra ENIS proposições, porém, o que deve ser observado, pelo menos é o que se espera, é se o projeto afronta à constituição, qualquer outro argumento é supérfluo e oportunista.



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