Inesquecível
passagem de Jerry Adriani por Santa Cruz na década de 90. Noite de céu límpido
e estrelas fulgurantes, que pareciam uma representação ideográfica da
luminosidade do SHOW que logo mais aconteceria no Trairy Clube, principal
sodalício da cidade, àquela época.
Tão logo a notícia da chegada de
Jerry se confirmou, não pensei duas vezes, já que não iria à festa, por motivos
plenamente justificáveis, obviamente. De imediato, tive a iniciativa de ir à
residência de nosso amigo Milton Fernandes, onde Jerry se hospedaria, levando
em companhia a esposa e dois dos meus três filhos: Dinamércia e Dinamérico
Júnior, uma vez que Dinamárcia, a primogênita, encontrava-se em Currais Novos,
morando e estudando no Colégio Objetivo, fazendo os anos iniciais naquele
estabelecimento educacional, que era o coquetismo do momento na região.
Por favor, permita-me uma pausa para
uma breve reflexão. Interessante! Alô, Milton! Naquele tempo, que não era
certamente o tempo que fala das condições meteorológicas, e, sim, da sucessão
dos anos e dias, naturalmente, já se pressagiava à sua vitaliciedade à frente
da Presidência do Trairy Clube, fato que, inexoravelmente, o tempo confirmou.
Volto a falar de Jerry Adriani e
daquela noite lendária do undécimo mês do ano de 1992, para imaginar o SHOW
contagiante de J.A., com sua voz de tenor, na Festa do Reencontro,
confundindo-se com a alegria esfuziante, prazenteira e espirituosa de Zé
Pereira (Zezinho de Hozana), de Serafim Nunes e de Betinho (recentemente
falecido), todos de saudosa memória. Além deles, outros com os quais, de vez em
quando, nos reencontramos para falarmos daquela convivência de irmandade, até
então, graças a Deus.
Destaquem-se: Antônio Luiz de Zé
Dobico, Bill Boy, Ubiratan e Hitinho de Seu Augusto, hoje de Régia,
notoriamente.
Na verdade, o que para mim é mesmo
edificante é o fato de, quando em vez, nos encontrarmos, e eles se
autoproclamarem “duros na queda” e reprisarem o sucesso musical, também dos anos
90, intitulado “Eu Sou o Bom” entre os Dez Mais, do Tremendão Erasmo, e que fez
tanto sucesso na voz marcante de Eduardo Araújo, contemporâneo de Jerry
Adriani, remanescente da Década de Ouro da Jovem Guarda Brasileira. Que bom!
De qualquer forma, verdade ou não, o
que me apraz e me honra, deveras, é privar da amizade de todos e compartilhar
da alegria de termos rebuscado as páginas do livro de nossa história, para, num
refrescar de memória, relembrar os agitos inesquecíveis daquele gostoso tal de Flashback!
Ok, my friend!
Retornando à casa de Milton,
juntamente com a família, fomos carinhosamente recebidos por Jerry Adriani,
encontro ansiosamente esperado.
Receptividade marcada pela
cordialidade costumeira do anfitrião, e por parte do visitante cantor. Uma aula
exemplar de educação, de civilidade e simplicidade em altos níveis
demonstrados. Tais requisitos, deveras, contribuíram, sobremaneira, para que
nossa condição de admiradores ainda mais aumentasse pelos atributos
indiscutíveis do ídolo e cantor Jerry Adriani, de gratas e saudosas
recordações.
No final, a pedido, fomos agraciados
com 3 autógrafos do Príncipe da Jovem Guarda Brasileira, destinados a
Dinamércia, a Dinamárcia, ausente da comitiva familiar, e a Júnior, que Jerry
acolheu no colo. Em momento algum, ele demonstrou impaciência. Pelo contrário,
parou o ensaio com seu guitarrista-mor, para nos cumprimentar e atender. Foi,
de fato, um SHOW de alegria e solicitude.
Quanto a seu falecimento, resta-nos
dizer que ficou uma lacuna difícil de ser preenchida no cenário musical,
artístico e cultural do Brasil e na memória de todos nós, admiradores, já que a
música é, com efeito, de todas as artes, a que mais enobrece e aquela que melhor
traduz os anseios de nossas almas.
Afinal, conta-nos a Bíblia que o Rei
Davi dançava em procissões religiosas à frente da Arca, desferindo as cordas da
arpa. Entre os Gregos e os Romanos, ocupava um lugar preponderante na educação
do povo.
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