A Reforma Trabalhista tem como projeto precarizar as condições de emprego, salário e de vida dos trabalhadores do país, além de fazer o que sobrar da CLT papel molhado com a proposta de preponderar o negociado sobre o legislado.
Após a apresentação de um novo relatório da Reforma Trabalhista, que acoplou uma série de emendas apresentadas pelos congressistas de modo a tornar a reforma ainda mais criminosa, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, conduziu um requerimento que pedia urgência na discussão desse projeto que, se aprovado, poderia ter sido votado entre hoje e o dia de amanhã.
Porém, o requerimento foi votado por 394 deputados presentes no plenário, teve o apoio de 230 parlamentares, 163 votos contra e uma abstenção. Para ser aprovado, o requerimento necessitava mais do que uma maioria simples sendo, portanto, rejeitado.
Tratava-se de uma forma do governo “mostrar serviço” aos empresários e banqueiros, provando que era capaz de aprovar esse tão desejado ataque aos trabalhadores, em especial após o “bafo na nuca” que expressaram através da Lava-Jato com a lista Fachin. Ainda que com a maioria dos votos, não deixou de ser uma derrota a Temer e seu governo, que poderia ter aproveitado a longa trégua das centrais sindicais e aprovado esse importante ataque antes do dia 28, quando está marcada uma paralisação a nível nacional.
Apesar de ser uma importante derrota, que expressa em certa medida uma debilidade do governo, há ainda a possibilidade, segundo o próprio Maia e os relatores da reforma, de ser reconduzido um novo pedido de urgência, mesmo que isso gere polêmica a respeito do próprio regime interno da Câmara.
Mediante essa derrota, em cada universidade, escola e fábrica, é preciso que sejam construídos comitês de mobilização que pensem um plano de lutas para dar rumo à construção de uma efetiva paralisação nacional nesse dia 28, que faça as grandes centrais sindicais colocarem toda sua força para um verdadeiro plano de lutas para uma verdadeira greve geral. A esquerda, os sindicatos organizados na CSP-Conlutas, na Intersindical, os parlamentares do PSOL, as forças organizadas na Frente Povo sem Medo, em especial o MTST podem cumprir um papel para que obriguemos as centrais a uma contundente ação.
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