A exploração de 34 campos maduros de produção terrestre de petróleo deverão ser feitas por uma nova empresa. A TRIBUNA DO NORTE teve acesso a informações, obtidas através de diferentes fontes, que a empresa 3R Petroleum, vencedora do processo seletivo para cessão dos poços efetivada pela Petrobras ao longo de 2018, desistiu da operação por insuficiência financeira. A empresa teria que arcar com investimentos de US$ 453,1 milhões. A primeira parte deles, correspondente a 7% do valor global do contrato, US$ 34 milhões, deveria ter sido depositada na conta da Petrobras em 7 de dezembro passado, o que não ocorreu. A PetroRecôncavo e Geopark, empresas que ocupam o segundo e o terceiro lugares na concorrência, deverão ser convocadas em breve pela estatal.
“Aconteceu o que todos nós sabíamos. Era impossível essa empresa pagar o preço do contrato firmado em mais de R$ 1,5 bilhão”, disse o secretário-executivo da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), Anabal Santos Júnior. Insistentemente procurada para se posicionar sobre o assunto, a Petrobras não respondeu ao e-mail nem às últimas ligações efetivadas pela reportagem na noite desta sexta-feira, 25. Por questões de confidencialidade impostas no certame que resultou na escolha da 3R Petroleum, os representantes da PetroRecôncavo, Marcelo Campos Magalhães (presidente) e da Geopark, Lívia Valverde (country manager Brazil) não comentaram o caso.
Campos maduros
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, no dia 27 de novembro de 2018, a cessão de sua participação total em 34 campos de produção terrestres, localizados na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte, para a empresa 3R Petroleum. O valor da transação é de US$ 453,1 milhões, sendo 7,5% desse valor (US$ 34 milhões) deveria ter sido pago na assinatura do contrato, prevista para o dia 7 de dezembro do mesmo ano, e o restante no fechamento da transação, considerando os ajustes devidos. Em um ano, a exploração dos campos em referência poderá movimentar US$ 151,2 milhões no Estado.
No dia da assinatura do contrato, porém, a Justiça do Trabalho no Rio Grande do Norte suspendeu a venda dos 34 campos de exploração de petró- leo no Estado. A decisão foi motivada após ação do sindicato que representa os trabalhadores que atuam no setor. A multa em caso de descumprimento foi estipulada em R$ 100 milhões.
A empresa 3R Petroleum e Participações Ltda., então selecionada pela Petrobras para operacionalizar 34 campos maduros de produção de petróleo no Riacho da Forquilha, no Oeste potiguar, tem capital social 303,24 vezes menor que o valor da transação que envolve a cessão dos campos. Conforme dados extraídos da Receita Federal, a 3R Petroleum é enquadrada no porte de ME (microempresa), formada por dois sócios (Ricardo Rodrigues Savini, sócio-administrador; e Daniel Annucaro Lassance Soares, sócio). O capital social informado é de R$ 5.935.838,00.
Desinvestimento
As 34 concessões são campos maduros em produção há mais de 40 anos, com ampla dispersão geográfica, localizados a cerca de 40 quilômetros ao sul da cidade de Mossoró. Os campos foram reunidos em um único pacote denominado Polo Riacho da Forquilha, cuja produção atual é de cerca de 6 mil barris de petróleo por dia.
Todas as concessões são 100% Petrobras à exceção dos campos de Cardeal e Colibri onde a Petrobras detém 50% de participação tendo a Partex como operadora com 50% de participação, e os campos de Sabiá da Mata e Sabiá Bico-de-Osso onde a Petrobras tem 70% de participação tendo a Sonangol como parceira e operadora com 30% de participação.
O projeto foi fruto de processo competitivo e faz parte do Programa de Parcerias e Desinvestimentos da Petrobras, estando alinhada ao Plano de Negócios e Gestão 2018-2022, que prevê a contínua gestão de portfólio, com foco em investimentos em águas profundas no Brasil.
Número
453,1 milhões de dólares seria o valor do contrato entre a Petrobras e a 3R Petroleum
Tribuna do Norte
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