terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Condenação por Justiça desacreditada não afeta Lula nas pesquisas, diz cientista político















O resultado do Datafolha divulgado no final de janeiro mostrou comportamento semelhante ao revelado na pesquisa de setembro do ano passado: as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex no Guarujá pouco ou nada influenciaram sua liderança absoluta nas enquetes de intenções de votos para a eleição presidencial de 2018.

Cientistas políticos entrevistados pelo UOL atribuem o bom desempenho de Lula, apesar da condenação, a diferentes fatores, entre eles um alto índice de desconfiança no Poder Judiciário; a incerteza ou a indiferença sobre as questões jurídicas envolvendo o ex-presidente.

Ednaldo Ribeiro, coordenador da área de comportamento político da ABCP (Associação Brasileira de Ciência Política) diz que existe um processo de degradação da confiança no Judiciário. Ele cita o Barômetro das Américas, estudo conduzido pela universidade americana Vanderbilt em todo o continente, segundo o qual 53,5% dos brasileiros não acreditam que os tribunais do país garantem julgamentos justos e 89,9% não confiam em uma punição pela Justiça em casos de roubo ou assalto. Os dados são de pesquisas feitas em todo o Brasil entre abril e maio de 2017.

“Esse quadro não é para questionar a qualidade do julgamento em pauta, mas apenas para dizer que os efeitos de uma ação de uma instituição que tem perdido credibilidade tende a ter um efeito reduzido sobre a intenção de voto”, disse Ribeiro, que também é professor de ciência política da UEM (Universidade Estadual de Maringá, no Paraná).



Nenhum comentário:

Postar um comentário